pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições presidenciais de 2018: O plano "B" do PT é o próprio Lula
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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O xadrez político das eleições presidenciais de 2018: O plano "B" do PT é o próprio Lula

 
 Jean Galvão
 
 José Luiz Gomes da Silva

Cientista Político
 
 
 
 
De acordo com declarações da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, não há plano "B" no PT. Ou, em última análise, o plano "B" do PT é o próprio Lula. No partido ocorre algumas coisas curiosas. Até bem pouco tempo, o próprio Lula, antevendo o desgaste e a inviabilidade do seu projeto político, estimulava uma provável candidatura presidencial do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad(PT), que nunca decolou em nenhuma pesquisa de intenção de voto, embora fosse prematura tirar daí alguma conclusão sobre o seu desempenho futuro, até porque Haddad é pouco conhecido no principal reduto eleitoral petista, a região Nordeste do país. Estimulado pela militância depois das refregas jurídicas, o próprio Lula parece ter abdicado sobre a necessidade construir uma alternativa política no seu partido, mesmo sabendo da inviabilidade de sua candidatura no atual contexto. É refrega jurídica sobre refrega jurídica. O discurso de Luiz Fux, ao assumir o TSE, em alguns trechos, responde àqueles que ainda alimentavam alguma ilusão sobre uma eventual candidatura presidencial do ex-presidente. 

Assim, conforme observou o editor do jornal Le Monde Diplomatique, Sílvio Caccia Bava, é preciso ponderar, avaliar concretamente a correlação de forças e encontrar as formas de enfrentamento mais adequadas. Algumas alternativas estão irremediavelmente perdidas, como, por exemplo, a possibilidade de eleição de um candidato com perfil popular nas eleições presidenciais de 2018. Hoje alguns petistas mais sensatos já trabalham com a possibilidade de a figura do ex-presidente constituir-se num cabo eleitoral capaz de eleger uma boa bancada de deputados para a Câmara Federal e nos Estados. A direita saiu do armário e organizou-se de uma tal forma que passou a conquistar corações e mentes, através de um ousado projeto de comunicação, através das mídias sociais e da imprensa mais tradicional. Isso depois de desmantelar e controlar os três poderes, colocando-os a serviço da consecução de seus objetivos, como observa Sílvio. Hoje ninguém tem dúvida sobre o papel cumprido pelo judiciário nessa engrenagem. 

Não é assim tão simples sair dessa ressaca em que as forças populares e progressistas foram submetidas após o golpe institucional de 2016. Há  boas iniciativas em curso - como os novos movimentos sociais - mas tudo ainda muito incipiente, ainda insuficientes para abalar os alicerces golpistas, que corroeram como lagartas as nossas instituições democráticas. É neste arremedo de democracia representativa que serão realizadas as eleições presidenciais de 2018, sob um controle rígido dos operadores golpistas, com o propósito de não permitir que o trem volte ao trilho da democracia popular, mantendo a hegemonia da elite sobre as massas. No dia de ontem, em declarações confusas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a afirmar que seria bem-vinda uma candidatura como a do apresentador Luciano Huck. Integrando  um partido como o PSDB, não seria de todo complexo entender esse seu discurso. Ele também chegou a insinuar que Lula não poderia participar das eleições, embora fosse desejável. Afinal o PSDB esteve na linha de frente de apoio às tessituras golpistas de 2016. 

Acabamos de publicar por aqui um editorial onde comentamos uma fala do ex-ministro Geddel Vieira Lima, onde ele lamenta o fato de ter sido atirado ao vale dos leprosos, dada a recusa dos ex-amigos em procurá-lo. Depois dos 70 e diante de tantas refregas não é possível que Lula não acuse o golpe, ou seja, não apresente alguma sintomatologia dessas injunções e condenações que já pesam contra ele. Nós sabemos muito bem o que isso significa. Seria de bom alvitre que as pessoas mais sensatas do partido o convencesse a retirar o time de campo nesse momento e recompor as energias para os enfrentamentos que nos esperam mais à frente. Algumas batalhas estão irremediavelmente perdidas, como a possibilidade da eleição de um líder popular nessas eleições. Já há cientistas políticos prevendo uma nova subida vertiginosa nas pesquisas de ninguém menos que o ex-presidente Fernando Collor de Mello, de triste memória. Já pensaram?  

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