pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: A censura à charge de Renato Aroeira
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domingo, 11 de fevereiro de 2018

Editorial: A censura à charge de Renato Aroeira

 
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Outro dia o Jornal Folha de São Paulo divulgou uma nota informando que estaria tendo algum problema com a rede Facebook. Não li mais detalhes sobre as razões que levaram o jornal a tomar esta decisão de não mais disponibilizar suas matérias naquela rede, embora tenha ficado bastante curioso. Ainda através da rede Facebook, o músico e chargista Renato Aroeira informou que uma de suas charges havia sido censurada, sem, contudo, dar mais detalhes sobre o assunto. Em plena comemoração da folia de Momo, Aroeira desenhou uma charge onde o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, aparece com uma fantasia de Diabo. A charge foi encaminhada apenas aos amigos do cartunista, que são muitos, entre amigos e seguidores, entre os quais nos encontramos. Aroeira, em nossa opinião é o melhor chargista brasileiro. Suas charges nos inspiraram, inclusive, a ilustrar os editoriais que escrevemos, uma estratégia que passou a ser utilizada por um número expressivo de blogueiros.
 
Nesses dias turbulentos que enfrentamos, não nos surpreende medidas do gênero que, aliás, se reproduzem em todos os quadrantes, dentro e fora do Brasil, como uma das faces mais visíveis da intolerância, do obscurantismo e do autoritarismo. Se, no Brasil, peças de teatro e exposições estão sendo censuradas sob argumentos estapafúrdios, certamente isso iria chegar aos chargistas, embora os fatos sejam graves. Sou de uma geração pós-64, mas não acompanhei, neste aspecto, como os cartunistas foram tratados naquele período, até porque, em alguns casos, os censores não tinham massa cinzenta para abstrair a ironia e a crítica política presentes em alguns desenhos. Millôr Fernandes, por exemplo, foi um cara que nunca se dobrou à censura aos seus trabalhos. A charge de Aroeira está em nossos arquivos, mas não vamos divulgá-la por aqui, sob a presunção de que sua publicidade possa acarretar algum problema para o autor. 
 
Aproveitamos o ensejo para nos solidarizarmos com o cartunista, observando que não é comum a censura à charges. Temos divulgado inúmeras delas por aqui e, normalmente, por mais ácidas que elas sejam, os atores políticos - quem sabe por orientação dos seus assessores - jamais movem algum tipo de ação contra os artistas. Até então, tratava-se de um território inviolável e respeitado. Além dessa do Aroeira, lembro-me apenas de uma outra, do cartunista Quinho, onde ele desenhou a espada da justiça cortando a língua do candidato presidencial Jair Bolsonaro. Isso causou um rebu dos diabos nas redes sociais, movido pelos seus partidários. Tempos difíceis esses, amigo.   

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