pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Quem tem tempo não tem pressa?
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domingo, 5 de novembro de 2017

O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Quem tem tempo não tem pressa?

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José Luiz Gomes da Silva

Cientista Político



Há uma máxima em política que o ex-senador Marco Maciel costumava usar bastante: quem tem tempo não tem pressa. Na prática, a expressão era apenas um expediente usado pelo ex-senador para se sair de perguntas embaraçosas, uma vez que ele, segundo quem o conhecia muito bem, fazia política 24 horas por dia. Dessa mesma escola política, o ex-governador Joaquim Francisco(PSDB) também faz uso de algumas experiências que adquiriu com o homem do campo de Macaparana, reduto político de sua família. Até recentemente, durante uma entrevista a uma programa de TV local, ele usou a imagem de um matuto "meditando sobre o cabo da enxada", decidindo se deveria seguir na direção de Pernambuco ou da Paraíba. Macaparana faz fronteira com o Estado vizinho. Quando questionado pelo ex-governador, observou que estava meditando sobre a maçaranduba do tempo. Durante esta semana, porém, depois das ponderações, foi, afinal, uma semana de decisões políticas por parte da oposição e da situação.
 
O governador Paulo Câmara(PSB) desatou os últimos nós que existiam em relação ao PP, acomodando seus integrantes de uma maneira mais confortável no Palácio do Campo das Princesas. Fez outro movimento importante, desta vez em Brasília, num encontro reservado com a Presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, onde esteve em jogo as costuras políticas no Estado de Pernambuco. No plano nacional, muitas arestas ainda precisam ser aparadas entre as duas legendas, mas, aqui na província, é como afirmamos na semana passada, também do lado socialista, o acordo com o PT está firmado. O Deputado Federal Jarbas Vasconcelos(PMDB) já afirmou, mais de uma vez, que não se constituirá num obstáculo a essas negociações. Ao PSB interesse ter Lula como cabo eleitoral, assim como ao PT interessa preservar o mandato do senador Humberto Costa(PT). Pelo menos no conjunto situacionista, a disputa pela segunda vaga ao Senado Federal parece não ser assim tão acirrada, embora a ex-prefeita de Olinda, Luciana Santos, do PCdoB, tenha demonstrado interesse numa dessas vagas.

No dia de ontem, acompanhei uma entrevista com o Deputado André Ferreira(PSC). Durante a entrevista, ele não esconde que há especulação da composição de um Ferreira na chapa majoritária governista. Embora os Ferreiras atuam na região metropolitana do Recife, o capital político do prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira(PR), poderia ajudar nessas negociações. Jaboatão é um dos maiores colégios eleitorais do Estado e o rapaz vem realizando uma administração que conta com a aprovação da população da cidade. Diferentemente daquele engomadinho paulista - que se elegeu prefeito e quis ser presidente da República antes do tempo - Anderson foi eleito prefeito e vem honrando esse compromisso com a população do país de Jaboatão. Sim, um país. Jaboatão é uma cidade complexa, com diversos traçados. Área urbana, área rural, litorânea, bairros pobres, bairros de classe média alta. Não é fácil realizar uma gestão que agrade a gregos e troianos.

Os panos mornos colocados logo em seguida não foram suficientes para sanar as feridas criadas entre o Palácio do Campo das Princesas e agremiações como o DEM e o PSDB. Não existe a menor possibilidade de reconciliação entre os socialistas e esses partidos até as eleições de 2018. Ambos deverão seguir uma linha de fortalecimento nessas eleições, criando um núcleo de competitividade no cenário politico pernambucano. O apoio ao nome de Ricardo Selva(PSB) nas últimas eleições municipais de Jaboatão dos Guararapes foi um outro equívoco cometido pelo Campo das Princesas. Só para contrariar, dizem as más línguas, que o prefeito Anderson Ferreira(PR) andou tapando buracos em rodovias estaduais durante a semana. Como se sabe, Anderson Ferreira é sondado constantemente pelo emissários da "Conspiração Macambirense". Abandonado pelo Campo das Princesas, recebeu apoio de muita gente para se eleger.  Como já disse antes, a situação de Jaboatão dos Guararapes merece uma análise a parte.

Os Democratas passam por um processo de refundação. Vão mudar não apenas o nome, mas as teses e, possivelmente, estratégias eleitorais. Alimentam um projeto presidencial para as próximas eleições, mesmo que não se configurem como protagonistas. Devem voltar aos seus quadros quase uma dezena de parlamentares que migraram do partido quando o ex-governador Eduardo Campos construía seu projeto presidencial. Como diria o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, seria natural a volta desses filhos pródigos. Aqui na província, suas principais lideranças se movimentam com aquela desenvoltura ensinada pelo Rodrigo Maia: quem está na política e não deseja ser Presidente da República está mentindo  Naturalmente, para os seus militantes aqui do Estado, o horizonte mais próximo são os Palácios do Campo das Princesas e o Antônio Farias.   
 

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