pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Tem cenoura no "Cozido"?
Powered By Blogger

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Tem cenoura no "Cozido"?

Resultado de imagem para Jarbas Vasconcelos/Fernando Bezerra Coelho

José Luiz Gomes da Silva

Cientista Político



Sempre que pode, o ex-governador Jarbas Vasconcelos tenta minimizar suas divergências com a direção nacional do PMDB. Esta postura tem sido mais observada nos últimos dias, quando ele vem tratando as especulações em torno de uma possível intervenção nacional no diretório regional do partido como parte de uma onda de fofocas que varrem o país. Depois, como ele chegou a enfatizar, se a punição tivesse partido de um homem com a estatura moral de um Ulisses Guimarães, de fato, talvez houvesse algum motivo para preocupação. Hoje, a legenda é presidida pelo senador Romero Jucá, que dispensa maiores apresentações. Em todo caso, o ex-governador o recebeu para tratar de algumas questões delicadas, como um possível ingresso na legenda do senador Fernando Bezerra Coelho(PSB), que se encontra descontente com a legenda socialista.   

Há muitas especulações em torno da engenharia política que está sendo montada no Estado, a partir de grandes interesses políticos nacionais, o que nos aconselham cautela ao tratar do assunto. Possíveis arestas, no entanto, estão sendo aparadas, como um desembarque - de preferência sem traumas - dos Coelho na legenda peemedebista, permitindo-se que o partido continue sob o controle do grupo jarbista, além de ser assegurada a sua candidatura ao Senado Federal, desta vez pelo bloco oposicionista. Como disse antes, existem muitos morubixabas nessa tribo de oposição, tornando-se difícil precisar a escalação de uma provável chapa. A despeito da intensa movimentação, especula-se que o senador Fernando Bezerra Coelho, na realidade, trabalha em prol do filho, o ministro Fernando Filho, a quem Jarbas Vasconcelos já trata como uma "boa surpresa". Fernando Bezerra Coelho poderia não ser candidato. Ainda assim, como acomodar atores políticos com o capital de João Lyra(PSDB), Bruno Araújo(PSDB), Armando Monteiro(PTB), Mendonça Filho(DEM), André Ferreira(PR)? 

Sabe-se, no entanto, que, quando os interesses maiores do grupo estão em jogo, eles acabam construindo um consenso. A direita não briga no "essencial", uma característica mais identificada com a esquerda. Depois, quando essas frentes se formam, descortinam-se em seus planos um projeto de poder de longo prazo. A União por Pernambuco, por exemplo, quando foi formada, previa-se que obtivesse uma hegemonia de poder de, pelo menos, 20 anos,onde não apenas o Palácio do Campo das Princesas estava nos seus planos, mas o Palácio Antonio Farias. Por isso não causa estranheza que alguns desses atores trabalhem com a perspectiva de apear do poder o prefeito Geraldo Júlio(PSB), nas próximas eleições municipais.Numa das possibilidades de composição vazada, o atual ministro da Educação, Mendonça Filho, se candidataria a uma vaga na Câmara Federal, em 2018, e ficaria aguardando, na fila, a sua pretensão majoritária. É preciso lembrar, no entanto, que o Recife, como dizia raposa Agamenon Magalhães, é uma cidade cruel. Noutros tempos, João Paulo, do PT, melou planos semelhantes.  

Uma colunista de política local informou que os senadores Romero Jucá(PMDB) e Fernando Bezerra Coelho foram vistos abraçados e sorridentes, após o manda-chuva peemedebista manter uma conversa reservada com o deputado federal Jarbas Vasconcelos. Não sei se há algo programado, mas convém ficar de olho no próximo "Cozido" oferecido por Jarbas Vasconcelos, em sua residência do Janga, um termômetro político das articulações aqui na província. Vamos ver se os Coelho aparecem, atraídos pelas cenouras, um dos ingredientes do prato. Essas movimentações políticas, apesar de intensas, ainda não chegaram na fase do prego batido de ponta virada. Recentemente, numa entrevista, Jarbas Vasconcelos afirmou serem nulas as chances de um rompimento com o Governo Paulo Câmara(PSB). Fernando Bezerra Coelho, por sua vez, negocia com a cúpula partidária uma saída para o impasse criado com a ameaça de punição ao filho, Fernando Filho, Ministro das Minas e Energias. Pouco provável que o impasse seja contornado, mas também aqui vale a máxima de Paulo Guerra: Em política não existem nunca nem jamais.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário