pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Os aliados pernambucanos do engomadinho
Powered By Blogger

terça-feira, 22 de agosto de 2017

O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Os aliados pernambucanos do engomadinho




José Luiz Gomes da Silva

Cientista Político



Ainda repercute bastante um artigo publicado aqui pelo blog no último final de semana, tratando das próximas eleições estaduais de 2018. Creio que o interesse se justifica, sobretudo, em razão de abordarmos, naquele artigo, uma espécie de rearranjo na correlação de forças que devem disputar, pela oposição, o Palácio do Campo das Princesas, em 2018. Não há ainda uma confirmação oficial sobre o que escrevemos, mas, a rigor, os últimos movimentos dos atores políticos relevantes aqui no província sugerem que possamos estar certos sobre as nossas conclusões mais gerais, com algum equívoco pontual, perfeitamente assimilável. E olha que esses atores foram capazes de movimentos expressivos no tabuleiro do xadrez da política pernambucana. A conjuntura política nacional, por sua vez, em alguns casos, converge com esses movimentos provincianos.
 
Nem o governador Paulo Câmara(PSB), tampouco o prefeito do Recife, Geraldo Júlio(PSB) estiveram prestigiando a homenagem do Lide-PE ao prefeito de São Paulo, João Dória Júnior(PSDB), ocorrida recentemente, quando de sua visita ao Recife. Um gesto que pode ser lido como um alinhamento com o governador Geraldo Alckmin(PSDB), caso seja firmado algum acordo aliancista entre os tucanos e os socialistas, num contexto de uma eventual candidatura presidencial, com reflexos aqui noa província. Vão longe aqueles tempos em que as rusgas no ninho tucano se resumiam a um embate de café com leite. O partido está cada vez mais cindido, sobretudo depois das indisposições provocadas pelos encontros nadas fortuitos entre o presidente Michel Temer e o senador mineiro, Aécio Neves(PSDB), que não responde mais pela direção da legenda, mas se arvora de articulador e interlocutor do partido. A direção paulista da legenda emitiu uma dura nota, repudiando o comportamento do senador mineiro, insinuando que ele tratasse primeiro de provar sua inocência antes de falar pela agremiação.

 
Existe uma ala governista no partido e outra que aconselha o desembarque do Governo Temer. Seus parlamentares estão cindidos praticamente pela metade. O partido ainda ocupa 04 ministérios e isso também está provocando um grande desconforto entre os fieis escudeiros do presidente Michel Temer(PMDB). O baixo clero fisiológico que apoiou a rejeição do pedido de investigação que corria na Câmara dos Deputados contra o presidente, preiteiam um melhor tratamento que, neste caso, se confunde com verbas e cargos. É a única linguagem que esses parlamentares entendem. Há apenas duas leituras possíveis dessas articulações entre o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves: uma retomada do controle da legenda pela ala favorável ao Governo, apeando o senador Tasso Jereissati de suas funções; ou a debandada do grupo para outro grêmio partidário - quiçá o PMDB - para que eles continuem onde sempre estiveram, alinhando-se a uma coalizão palaciana de apoio a um possível sucessor de Temer.

 
Não alheio o que se passa em Brasília, o Ministro das Cidades, Bruno Araújo(PSDB) já se movimenta como candidato, dizem, ao Senado Federal nas eleições estaduais de 2018. A configuração de forças que está agregada a essa possível chapa que concorrerá ao Governo do Estado nas eleições de 2018, pela oposição, reúne, a rigor, nomes bastante ligados ao Palácio do Planalto, como o Ministro da Educação, Mendonça Filho(DEM); Armando Monteiro(PTB), que votou a favor do Governo na Reforma Trabalhista; o senador Fernando Bezerra Coelho(ainda PSB), apoiador inconteste do Governo Temer, razão pela qual abriu uma dissidência no próprio partido; e o Deputado Federal Augusto Coutinho, do Solidariedade. Boa parte desse grupo esteve presente na homenagem ao prefeito João Dória Júnior(PSDB) e num simbólico encontro num restaurante recifense, possivelmente arrematando a composição da chapa, discutida em nosso último artigo de monitoramento das próximas eleições estaduais. 

 
Como afirmamos em editorial, o prefeito paulista parece ser mesmo o nome "ungido" pelo conjunto de forças que chegaram ao poder através do golpe institucional de 2016. Seu nome já está viabilizado como concorrente, sendo apenas um detalhe a escolha do grêmio partidário pelo qual ele deve disputar a Presidência da República. Convites já foram formulados pelo PMDB e pelo DEM, que poderá vir a ser chamado de "Mude", seja lá o que isso possa representar para um partido de DNA conservador, alinhavado às forças golpistas desde sempre. Um representante da família Lyra, de Caruaru, João Lyra Neto, esteve presente às homenagens ao prefeito paulista, o que nos levam a concluir que o grupo, apesar das últimas mudanças, continua afinado com a Conspiração Macambirense, que poderia ter agora um outro nome como cabeça de chapa, uma vez que um representante do clã dos Coelhos assume a liderança da chapa. 


Tudo nos levam a concluir que esse realinhamento das forças oposicionistas do Estado estão umbilicalmente alicerçado num possível projeto presidencial do prefeito de São Paulo, João Dória Júnior(PSDB). Como disse, praticamente o prefeito paulista corre em raia própria, independentemente das divisões internas do ninho tucano. Convém sempre ficar atento ao fato de que o presidente Michel Temer(PMDB) é do ramo e articula-se o tempo todo. Quando esteve com a cabeça a prêmio, pediu socorro ao governador Geraldo Alckmin, que apoia o respeito às prerrogativas de Tasso Jereissati como presidente do partido. Num lance seguinte, sempre de acordo com as conveniências de ocasião, procurou o senador Aécio Neves para tratar dos problemas relacionados à CEMIG, ou seja, dar uma rasteira em Tasso. Mesmo sabendo que o DEM entabulava negociações com os dissidentes socialistas, não se fez de rogado em oferecer aos dissidentes abrigos no PMDB. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário