pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Os Queiroz na Conspiração Macambirense
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terça-feira, 8 de agosto de 2017

O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Os Queiroz na Conspiração Macambirense


Resultado de imagem para Paulo Câmara e Jarbas Vasconcelos



José Luiz Gomes da Silva
Cientista Político

Os 'cozidos' não necessariamente fazem muito bem à saúde política do governador Paulo Câmara. Já sob os efeitos do estreitamento da aliança com o PMDB do Deputado Federal Jarbas Vasconcelos, nas últimas eleições municipais, o Palácio do Campo das Princesas resolveu apostar suas fichas na candidatura do Deputado Estadual Tony Gel(PMDB), em Caruaru, no segundo turno daquelas eleições. Como se sabe, a Princesa do Agreste possui um dos colégios eleitorais mais importantes do Estado. A engenharia política ali montada não foi tão simples, como, de fato, quase nunca são nas eleições do município.Havia ali um conjunto de interesses difíceis de conciliar, mas, de acordo com algumas avaliações, as decisões do Palácio do Campo das Princesas, naquele contexto específico, não teriam sido das mais acertadas.

Retiram o comando do PSB local do grupo Lyra - o que provocou a candidatura vitoriosa de sua filha, Raquel Lyra, pela legenda tucana, migração partidária ocorrida ao apagar das luzes do prazo final estipulado pela Justiça Eleitoral - apoiaram formalmente o nome de Jorge Gomes(PSB), que era um velho militante socialista, mas ele não esteve bem, não chegando ao segundo turno. Aliás, naquela cidade, o Governo Paulo Câmara, na realidade, pode contabilizar uma grande refrega política, uma vez que ali começou a se armar uma espécie de união das forças de oposição ao governo, denominado por este editor de Conspiração Macambirense, que hoje já reúne um conjunto de partidos e atores políticos cuja densidade eleitoral não pode ser desconsiderada. Hoje, o principal postulante oposicionista, Senador Armando Monteiro, compõe este grupo. 

Essa "Conspiração", como afirmamos,já reúne uma série de partidos e atores políticos dispostos a medirem forças com o Palácio do Campo das Princesas nas próximas eleições estaduais. O nome é uma referência à famosa fazenda Macambira, da família Lyra, um verdadeiro termômetro político do Estado de Pernambuco. Junta-se agora a este grupo a família Queiroz, uma das principais forças políticas daquele município. Como eles vão se arranjar em termos de candidatura ainda é um incógnita, mas já desponta no horizonte ao menos dois candidatos: o senador Armando Monteiro, do PTB, e uma possível candidatura da vereadora Marília Arraes, pelo PT. Mantidas essas candidaturas, a previsão é a de que as eleições estaduais do próximo ano seja decidida no segundo turno. Pela "disposição" do grupo, há espaço até para mais candidaturas, como Bruno Araújo(PSDB) e o ministro da Educação, Mendonça Filho, do DEM. Embora haja um bom trânsito político entre a vereadora e o senador Armando Monteiro(PTB), o que nos parece é que, se persistir nessa candidatura, o PT esboça um novo recomeço, depois da infeliz política de aliança com o ex-governador Eduardo Campos.

Recentemente, num encontro em Caruaru, o governador Paulo Câmara(PSB) ouviu da jovem prefeita Raquel Lyra(PSDB) um pedido de maior atenção à segurança pública, um gargalo gerencial de tamanho descomunal, uma vez que atinge a população de forma nevrálgica, inclusive naquela cidade, hoje uma das mais violentas do Estado. Há registros diários de assaltos bancos ou explosões de caixas eletrônicos; assaltos a coletivos a uma média de 15 por dia; além das taxas de homicídios e feminicídios que atingiram níveis escandalosos, de países conflagrados por guerras civis. De acordo com os últimos levantamentos a taxa de CVLI já chega aos 16 por dia. É um fato que, pelo menos no último mês, essa taxa parece indicar uma tendência de queda, mas, ainda assim, subiu a patamares muito alto. 

O Governo do Estado tem investido muito em logística. Ainda ontem foram anunciadas a aquisição de viaturas e orçado um determinado valor que deve ser investido em segurança pelos próximos anos. Pelo andar da carruagem os investimentos em logística - como armamentos, viaturas e efetivos - não estão surtindo os efeitos esperados. Dá próxima vez é chegado o momento de o Governo do Estado abrir uma licitação para adquirir lanchas, uma vez que os bandidos agora adotaram essa modalidade de fuga. Seria prudente continuar concentrando esforços na área de inteligência. 

Esse gargalo sem solução da segurança pública deve estar trazendo muitas dores de cabeça ao governador Paulo Câmara. Ele tem aqui um flanco aberto, passível de exploração pela oposição durante a campanha. Aliás, ele já vem sendo duramente atacado pela oposição, em razão de não reduzir os índices de violência. De acordo com levantamento do Jornal Folha de São Paulo, retroagimos aqui há uns dez anos atrás, quando foi criado o Pacto pela Vida, quando esses índices diminuíram sensivelmente, tirando o Estado da condição de um dos mais violentos do país. Com uma base interiorana bastante adubada - ainda dos tempos da Eduardolização da política pernambucana - Paulo aferra-se a este dado para continuar como inquilino do Campo das Princesas, pelos próximos anos. Há indicadores, no entanto, que apontam que essas próximas eleições estaduais podem ser decidida na região metropolitana do Recife, onde o jogo hoje é bastante equilibrado entre situação e oposição. 

Jovem e com sangue nos olhos - como se diz no sertão - a neta do ex-governador Miguel Arraes deverá, no mínimo, levar essas eleições para um segundo turno. Como o PT continua com os seu perfil de dubiedade, o ex-prefeito do Recife, João Paulo(PT), manteve um encontro com o governador Paulo Câmara, que começou no Buraco Negro da Alepe e terminou no Campo das Princesas. A conjuntura do partido no plano nacional não é das melhores e, aqui, então, as coisas são ainda mais complicadas. A eventualidade de uma retomada da aliança PT e PSB foi aventada por Lula, que propôs uma costura política no sentido de recriar a Frente Brasil Popular. Como se sabe, Lula é hoje um ator político bastante enredado nas investigações da Operação Lava Jato, tendo, portanto, um futuro político incerto, pois este parece ser mesmo o fulcro da estratégia de setores da elite econômica que tomou o poder no país.  

Alguém lembrou o nome do Ministro das Minas e Energias do Governo Temer, Fernando Filho(PSB) para compor a chapa governista que deverá disputar as eleições do próximo ano. A lembrança foi para a vice, uma vez Raul Henry (PMDB)deverá disputar uma vaga de deputado, em razão da consolidação do nome do padrinho político Jarbas Vasconcelos(PMDB para a disputa de uma das vagas ao Senado Federal. Talvez tenha chegado o momento do Campo das Princesas fazer um bom afago a esta ala dos Coelhos. De há muito que eles se queixam do tratamento recebido pelas lideranças socialistas do Estado, e esboçam uma dissidência dentro do grêmio partidário, conjugada à possibilidade de migração para outras legendas, respingando no contexto das disputas locais de 2018, como o assédio que eles estão sofrendo de lideranças do DEM, que tem todo o interesse na disputa estadual.

P.S.: Contexto Político: Um fonte informou ao editor do blog que o ministro da Educação, Mendonça Filho(DEM), poderia se candidatar a uma das vagas ao Senado Federal. Não soube informar por qual coalizão ele se candidataria. Comenta-se, igualmente, que a indisposição dos Coelhos com o Palácio do Campo das Princesas é maior do que se imagina. É um poço até aqui de mágoas. Nem mesmo o aceno com a possibilidade de o atual ministro das Minas e Energias, Fernando Filho(PSB), ser indicado para compor a chapa governista seria suficiente para superá-la.  Vamos acompanhar os acontecimentos 

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