pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: O rebuliço político conservador em torno de Lula.
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sábado, 8 de abril de 2017

Editorial: O rebuliço político conservador em torno de Lula.


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Nas circunstâncias em que está sendo construída, uma eventual candidatura do ex-presidente Lula reedita os mesmos equívocos de uma passado recente, o que poderá significar um avanço não assim tão significativo das forças do campo progressista. Esse filme todos já conhecemos o final. Um outro elemento que não deve animar muito as forças do campo progressista são esses índices alvissareiros do ex-presidente nas pesquisas de intenção de voto, como resultado natural do seu recall junto ao eleitorado, mas que pode faltar "fôlego" na reta final, quando pouco até mesmo uma inelegibilidade decretada pela República do Paraná, que deseja caçá-lo. Numa das edições do Programa Roda Viva, o pesquisador Antonio Lavareda já teria se referido a este assunto. Em todo caso, a liderança de Lula nas pesquisas de intenções de voto - aliada à impopularidade do presidente Michel Temer e dos seus apoiadores nos Estados - tem provocado uma espécie de tsunami político que atinge, sobretudo, políticos da base de sustentação governista que desejam elegerem-se, garantindo o foro privilegiado, evitando maiores danos com as enrascadas em que estão metidos no curso das investigações da Operação Lava Jato. O experiente jornalista Carlos Chagas já conseguiu contar pelo menos 200 deles. Trata-se de um número expressivo.

Aqui na província pernambucana, os bons índices do ex-presidente Lula tem provocado um verdadeiro rebuliço político. Já há quem defenda uma aliança do PSB com o PT; quem cogite uma candidatura própria do Partido dos Trabalhadores ao Governo do Estado, em 2018; quem aponte que uma composição do PSB com Geraldo Alckmin seria um suicídio político mantidos os atuais índices do tucano. Há inúmeras avaliações sobre esse cenário, mas o fato é que ninguém deseja correr o risco de não reeleger-se, o que poderia significar, em alguns casos, a perda do foro privilegiado e as incômodas audiências com aquele juiz da 13º Vara da Justiça Federal de Curitiba. O ex-presidente Lula, por exemplo, já tem audiência marcada para o dia 03 de maio, quando se espera uma grande mobilização da militância petista, naquilo que está sendo chamado de uma plano contingencial, do tipo "nós vamos invadir sua praia". 

Ainda de acordo com o jornalista Carlos Chagas, numa eventual candidatura e posterior vitória de Lula - ancorada nesta malgrada conciliação de classe - resultaria na conclusão de que não podemos formar grandes expectativas de um futuro governo de coalizão, quiçá, até mesmo, em mais uma carta aos brasileiros, no frigir dos ovos, uma confissão de capitulação. Muito se falou à época do Governo de Coalizão Petista que o PT aparelhou o Estado, mas nós advertimos a vocês olharem com mais calma para o tema, uma vez que nossa experiência indicou que hostes conservadoras continuaram ocupando postos de relevância na república. O mais grave: Nem precisaram trocar as vestimentas de Dianas de Pastoril. No momento oportuno, quando se definiu a rasteira sobre os autênticos petistas, tudo estava sob o controle dessas forças, que minaram completamente qualquer esboço de resistência. Não adianta dizer isso a Lula porque a tendência é que ele repita tudo isso novamente, caso se viabilize como candidato.

Quem possui alguma familiaridade com o estudo do imaginário social conhece uma expressão  - ou conceito - atribuído Gilbert Duran: bacia semântica. Ali o antropólogo francês, discípulo de Michel Maffesoli, disseca como os radicais, ao correr do tempo, transformam em ilustres conservadores, assimilando os valores status quo vigente. Foi um pouco isso o que ocorreu com Lula e com o PT que, assimilou, inclusive os maus costumes dos nosso sistema político, como a corrupção estrutural. Nestas circunstâncias políticas, movida por uma correlação de forças conservadoras, o flerte com os estratos sociais que ocupam o andar de baixo da pirâmide social estará sempre condicionado a acordos políticos frágeis e espúrios, rompidos a qualquer momento, quando da conveniência de nossa elite, a mais cruel de todas, cevada em 365 anos de submissão dos negros ao escravismo, cuja a "inhaca" ainda é muito viva. 




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