pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Adeus, Marisa Letícia.
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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Editorial: Adeus, Marisa Letícia.

Resultado de imagem para Lula e dona marisa/abc


Hoje, dia 02 de Fevereiro, nas primeiras horas da manhã, foi noticiado que o estado de saúde da senhora Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era gravíssimo. Não havia mais condições de reversão do quadro de saúde da ex-primeira-dama, vítima de um AVC que teria evoluído para outras consequências, como uma trombose. Do ponto de vista da medicina, como dizem os populares, ela foi desenganada. Somente um milagre de Deus poderia mantê-la viva, mas Ele preferiu recebê-la para um diálogo bem pessoal, depois das agruras vividas por esta senhora, vítima implacável de uma bem orquestrada perseguição política. Embora ainda respire por aparelhos, de acordo com o boletim médico, não haveria mais fluxo de sangue no seu cérebro, o que levou a família a autorizar a doação dos seus órgãos, admitindo a fatalidade. Uma barra muito pesada para o ex-presidente Lula, acossado por todos os lados pelos membros da força tarefa da Lava Jato e agora diante de um drama familiar. Oficialmente, como existe um tempo a ser dado para se concluir por uma morte cerebral, o Hospital Sírio Libanês apenas confirmou a sua morte no dia 03, Sexta-Feira. Marisa Letícia foi a eterna companheira do Lula, acompanhando-o desde longas datas, com ele construindo uma família composta por 05 filhos, 03 do casal, uma enteada de Lula e um enteado do seu primeiro casamento. 

Como lembrava um conhecido blogueiro, este país sofre de uma espécie impossibilidade estrutural. E isso não se limita apenas à nossa combalida experiência democrática. É o país do "jeitinho", mas que não tem jeito. Comemora-se a decisão da ministra Cármen Lúcia em homologar a delação premiada dos 77 executivos e ex-executivos da Construtora Odebrecht - que envolve uma penca de políticos em maracutaias com o erário - sua estratégia para que a nova relatoria da Operação Lava Jato recaísse sobre o ministro Edson Fachin, a princípio um magistrado sério, mas, por outro lado, lamenta-se o sigilo imposto pelo próprio STF sobre o teor dessas delações. É mais ou menos como aquele vendedor do ramo da economia informal que nos vendesse um balde de mangas espadas vistosas - daquelas tiradas ao leite, sem quedas - mas, lá no fundo do balde, nos empurrasse algumas delas nem tão vistosas assim, já machucadas. As maçãs podres - ou seriam mangas? - estão por todos os lados. Ainda ontem foi eleito o novo presidente do Senado Federal, o senador cearense, Eunício Oliveira(PMDB). E não é que o seu nome também aparece na lista dos delatores da Lava Jato. Mais um dado a confirmar as nossas "impossibilidades", caro jornalista. Rodrigo Maia(DEM) reeleito para a presidência da Câmara Federal, não é assim, igualmente, um exemplo de homem público probo. Seu nome também aparece na extensa lista dos beneficiados pela Construtora Odebrechet. É o Brasil.

Fizemos essa digressão para lembrar o quanto a ex-primeira dama Marisa Letícia teria sido achincalhada pelas redes sociais, assim que foi anunciada a sua internação para tratamento de saúde. As sandices ditas são impublicáveis, sobretudo em respeito a este momento delicado vivido pela família Lula da Silva. Chegamos a um estágio de intolerância insuportável, sistematicamente construído por alguns setores da mídia e alimentado pelos holofotes de membros do judiciário. Há um evidente quadro de perseguição às bruxas "petistas" em todo os quadrantes e a senhora Marisa Letícia não escapou a esta sanha persecutória. Todos nós sabemos que práticas dessa natureza deixam sequelas físicas ou emocionais em nossa saúde. Não sei se vocês lembram, quando do episódio da condução coercitiva do ex-presidente Lula, sua maior preocupação, como pai, não era com ele, mas com o filho Lulinha. Não é difícil imaginar o sofrimento imposto a Marisa Letícia pelos constantes constrangimentos sofridos pelo marido. Uma médica do Hospital Sírio Libanês foi demitida após publicar em seu perfil de uma rede social "boletins" sobre o estado de saúde da ex-primeira dama. Não é difícil imaginar o que os médicos "coxinhas" escreveram nos seus comentários.Ainda bem que algumas pessoas de bom-senso não permitiram que seus perfis nas redes sociais fossem usados por esses insanos. Nem tanto por razões políticas, mas por razões humanitárias. 

Fiquei com a melhor impressão possível da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Tive a chance de conhecê-la num encontro agendado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num hotel em Maceió. Ela acompanhou uma pequena entrevista que realizamos com Lula, intermediada por um ex-professor, que era uma espécie de ministro das relações institucionais do PT junto à comunidade evangélica, num tempo em que os evangélicos ainda viam Lula como uma especie de encarnação do demônio. Como bem observava este professor, Maceió,nos meses de férias, torna-se um point dos políticos, facilitando a vida de focas, jornalistas já tarimbados e de então jovens estudantes como eu. É um bom momento para encontrá-los e entrevistá-los. Embora de temperamento discreto, é sabido que Marisa Letícia tinha participação nas decisões políticas do ex-presidente Lula.Ao conceder a tal entrevista, não raro, depois das respostas, Lula costumava lançar-lhes um olhar, como quem desejasse a sua aprovação. Quando Lula a conheceu, em 1973, nos idos dos anos de chumbo da Ditadura Militar instaurada no país com o golpe civil-militar de 1964, Marisa já era então uma funcionário do Sindicado dos Metalúrgicos do ABC. Desde então, passou não apenas a acompanhar, mas a orientar os passos do marido, que se tornaria Presidente da República, ajudando-o, inclusive, a fundar o Partido dos Trabalhadores.  

P.S.: Contexto Político: Não tive conhecimento sobre o assunto, mas circula nas redes sociais - muito cuidado com o que circula nas redes - a informação de que teriam vazado alguns áudios com diálogos íntimos entre a ex-primeira dama Marisa Letícia e um dos seus filhos. O episódio a teria deixado bastante contrariada. Não é para menos. Este editorial foi escrito no dia de ontem.  


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