pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: La dolce vita nos palácios presidenciais.
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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Editorial: La dolce vita nos palácios presidenciais.


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Outro dia fizemos uma provocação por aqui. A ideia seria a de reunir as expressões pouco republicanas - e talvez engraçadas - existentes nessas licitações públicas para abastecer as despensas dos palácios presidenciais. Uma pena mesmo que folcloristas como Mário Souto Maior ou Câmara Cascudo não tenham pensado nisso. Problema ainda maior é o fato de eles terem deixado este plano, hoje se dedicando a folclorizar as coisas que acontecem lá em cima. Bastou lançarmos a proposta e nos foram enviados alguns e-mails tratando especificamente sobre este assunto. Assim como verificou o escritor alagoano Graciliano Ramos, em seus famosos relatórios como prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, infelizmente, muito mais do que engraçadas, essas artimanhas atentam mesmo é contra o interesse público. 

Essas licitações para a compra de alimentos para abastecer as despensas dos palácios governamentais sempre causam muitas polêmicas. Já sugerimos que os novos folcloristas - já que os antigos nos deixaram, como é o caso de Câmara Cascudo e Mário Souto Maior - ficassem atentos aos itens que ali são adquiridos, bem como suas quantidades, pois, certamente, haveria panos para as mangas para os seus escritos. Numa dessas licitações, aqui no Estado da Paraíba, toneladas de leite ninho e farinha láctea foram licitadas para consumo em apenas um ano. Havia um bebê guloso na Granja Santana. Não faz muito tempo, o Governo do Estado do Ceará também realizou as suas compras, incluindo entre os seus itens até mesmo o filé de um peixe que se encontra em extinção: o Serigado. Claro que o Serigado vinha na rabeira de uma lista que incluía centenas de quilo de camarão vila franca - o cinza é coisa de pobre - além do tradicional filé de lagosta. Reparem que os frutos do mar nunca ficam de fora dessas listas.

Aqui em Pernambuco, essas licitações também geraram algumas dores de cabeça para os governantes, sobretudo para o Governo Paulo Câmara(PSB), quando ele resolveu abrir licitação para a compra de coroas de flores, num número expressivo, para um determinado período. Com as finanças públicas já então combalidas, a inusitada licitação ganharia uma enorme repercussão na imprensa e nas redes sociais. Há muitas queixas sobre este assunto, mas, a rigor, não se espere que o repertório gastronômico da elite sofra algum encargo de consciência e "baixe o nível". Mesmos nesses momentos de crise estrema. Até recentemente, para receber os parlamentares no Palácio do Planalto, o Governo do senhor Michel Temer não economizou nos canapés, deixando-os tão satisfeito que tudo correu às mil maravilhas na votação da PEC 241 - depois PEC 55 -. Eles saíram maravilhados, enquanto os trabalhadores e assalariados não teriam esta mesma sorte. 

Um dos seus ministros, por sua vez, embora já estivesse recebendo regiamente suas diárias - que também se destinam a essa finalidade - abriu uma licitação para a aquisição dos famosos lanches, regados às saladas caprese, naturalmente preparadas com leite de búfula. O curioso não é isso. Além dos preços exorbitantes desses "lanchinhos", havia uma observação na licitação de que os mesmos seriam destinados a "melhorar o desempenho" do ministro. Aqui para nós, pelos seus últimos pronunciamentos, tenho a impressão de que o objetivo não foi atingido. 

Uma prova de que o estômago da elite é muito sensível - mesmo numa baita crise econômica como esta que estamos atravessando - é a nova licitação para abastecer as despensa do avião presidencial, estimada, entre alimentos e serviços, em algo em torno de R$ 1.748.653,20. Um dos itens mais curiosos da lista é a aquisição de 500 unidades do sorvete Häagen-Dazs, ao custo de R$ 7.545,00, além de picolés produzidos sem lactose. Não quero ser indelicado não, mas aconselharia aos homens do pregão do Casa Civil da Presidência da República, sobretudo nesses momentos de crise, ficarem atentos a outros sorvetes menos sofisticados - mais de ótima qualidade - como o Bacanas, produzidos aqui no nosso bairro de Casa Caiada, em Olinda.

P.S.:Contesto Político: Após a repercussão negativa, a licitação teria sido cancelada, por determinação do próprio presidente Michel Temer. 

  

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