pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições de 2016, no Recife: Ibope aponta João Paulo na dianteira, mas tudo pode acontecer, inclusive nada.
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terça-feira, 23 de agosto de 2016

O xadrez político das eleições de 2016, no Recife: Ibope aponta João Paulo na dianteira, mas tudo pode acontecer, inclusive nada.



José Luiz Gomes


É justo esclarecer que esta não seria a primeira pesquisa de intenção de voto entre os candidatos que disputam as próximas eleições municipais do Recife. O jornal Folha de Pernambuco já teria encomendado pesquisa do gênero ao Instituto Ipespe, com direito a artigo analítico do cientista político Antonio Lavareda. Interessante observar, entretanto, as semelhanças de resultados entre essas duas pesquisas, que apontam para um empate técnico entre os candidatos João Paulo(PT) e o candidato Geraldo Júlio(PSB). Dentro da margem de erro, Geraldo ainda liderava na pesquisa do Ipespe, mas aparece agora um pouco abaixo de João Paulo, mas tudo ainda dentro da margem de erro, o que quer dizer que ambos estão tecnicamente empatados. Este dado deve estar sendo muito bem comemorado nas hostes petistas, por razões óbvias. 

O linchamento midiático do Partido dos Trabalhadores é algo sem similar e pode ser constatado, cotidianamente, através daqueles canais "competentes", identificados com a sigla PIG. Os fatos são tão grotescos que o partido preparou até uma cartilha para denunciar a perseguição aos organismos internacionais, o que já foi lido como uma tentativa, imaginem, de macular a imagem do país no exterior. É curioso isso, porque esses órgãos que promoveram o linchamento do partido e dos seus líderes não publicaram uma única nota pedindo desculpas ao senhor Luiz Inácio Lula da Silva, à sua família e à sociedade brasileira, pelas calúnias e difamações proferidas, ao atribuir a ele, indevidamente, a propriedade do tríplex do Guarujá. 

Com o suporte de uma mídia "comprometida" como a nossa, o PT perdeu feio a batalha de comunicação e, supostamente, isso pode ter sérios reflexos nessas eleições municipais, de acordo com 10 entre 10 analistas. Antes que nos condenem, quero esclarecer aqui que não desconhecemos fatos concretos desabonadores da conduta do partido na condução dos negócios públicos e que estes fatos contribuem, igualmente, para "descredenciar" o PT junto a alguns estratos do eleitorado. De imediato, há um consenso de que o PT enfrentará as eleições mais difíceis de sua história. É bom ter sempre em mente que as dificuldades existem, sobretudo em eleições atípicas como esta, com sérias restrições de financiamentos, realizadas em plena "ebulição política" no país.

O Brasil, entretanto, é um país muito atípico, e o Recife, nas palavras de Agamenon Magalhães, em certas circunstâncias, pode se constituir numa cidade cruel. O "China Gordo" dizia isso em relação a algumas "refregas" eleitorais sofridas aqui no Recife, mesmo quando sua "máquina" apresentava bom desempenho nos grotões. Mas, historicamente, a capital pernambucana sempre se notabilizou como uma arena de disputas políticas renhidas. Os dados apresentados por essas duas últimas pesquisas parecem nos indicar uma disputa, voto a voto, até a eleição de outubro, com uma possibilidade concreta, hoje, de um segundo turno. Nos últimos comentários que fizemos sobre o assunto, levantamos a hipótese dessas eleições municipais, sobretudo em praças como o Recife, assumirem um caráter plebiscitário sobre o golpe institucional ora em curso no país, assim como, em épocas passadas, algumas dessas eleições contribuíram para informar aos militares que já estava na hora deles voltarem às casernas. 

Dizíamos também que talvez uma boa estratégia do comando de campanha do PT fosse canalizar esse sentimento da população recifense através da candidatura do ator político João Paulo. Há, entretanto, muitas outras coisas em jogo nas eleições do Recife e a sugestão, como disse, é apenas um sugestão. Uma sugestão que até poderia ser considerada, uma vez que o prefeito Geraldo Júlio, desde o início, nunca escondeu de ninguém que apoiou o processo, digamos assim, de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Ele e os principais adversários de João Paulo, a exemplo de Daniel Coelho(PSDB), que aparece com 11% na pesquisa do Ibope, e Priscila Krause, do DEM, que pontua com 8% das intenções de voto. O tucano continua assumindo o papel de "fiel" da balança num eventual segundo turno. A Democrata Priscila Krause avançou bastante em relação à primeira pesquisa do Ipespe, o que indica um certo potencial de crescimento de sua candidatura. 

João Paulo, pelo que observamos, vem se concentrado bastante numa espécie de "cotejo de gestões", estabelecendo algumas "marcas" a até "índices" com a gestão do prefeito Geraldo Júlio. Nesta luta, desta vez, conta com um outro grande aliado, o também ex-prefeito João da Costa(PT), candidato a vereador do Recife. Estratégias são estratégias e João Paulo montou uma espécie de "conselho político" tão grande que mal dá para ouvir todo mundo. Uma das teclas em que ele sempre bate é que cuidou melhor dos recifenses do que o socialista, notadamente dos recifenses habitante da periferia e dos alagados. 

Mas, como disse antes e volto a repetir, nem o experiente Antonio Lavareda, ao comentar a pesquisa do Ipespe, quis arriscar algum prognóstico sobre as eleições do Recife, afirmando que estava tudo muito embolado. Lembrando o poeta, Lavareda informou que tudo seria possível de ocorrer nas eleições do Recife, inclusive nada. Pelo andar da carruagem política e considerando os escores apresentados pelo última pesquisa do Instituto Ibope, tudo nos remetem ao fato de que esta frase do Antonio Lavareda continue dando o mote dessas eleições até o próximo dia 02 de outubro. 



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