pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: A pulsão de morte da UFPE chega à Faculdade de Direito do Recife.
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sábado, 26 de março de 2016

Editorial: A pulsão de morte da UFPE chega à Faculdade de Direito do Recife.



Durante a sua História, a Faculdade de Direito do Recife sempre se constituiu numa trincheira em defesa das liberdades individuais e coletivas, do Estado Democrático de Direito, da normalidade democrática. Foi assim na década de 40, contra o Estado Novo, ou no processo de redemocratização do país, depois do Golpe Civil-Militar de 1964. Mas não fica apenas nisso. Outras tantas lutas sociais, em defesa da coletividade, tiveram ali um porto seguro, como o #OcupeEstelita, até mais recentemente. Sua posição sempre foi, portanto, de cunho legalista.

Causa estranheza, portanto, uma mobilização, organizada pelos "coxinhas", que será sediada nas escadarias daquela instituição centenária, programada para o dia 04 de abril, com a adesão de professores e parlamentares. Nesses tempos de FLA-FLU, a mobilização parece ter sido mesmo programada em razão de uma mobilização anterior, na semana passada, organizada em defesa da legalidade do mandato da presidente Dilma Rousseff e contra o impeachment. Mais ou menos dentro daquele espírito sobre quem coloca mais gente nas ruas. 

Seja qual for o desfecho dessa "racionalização de vontades insatisfeitas", como informa o professor Michel Zaidan Filho, através um instrumento como o "impeachment", banalizado e subvertido com o propósito escuso de apear do poder uma presidente legitimamente eleita dentro das regras da democracia representativa, caberá aos historiadores e cientistas políticos analisar o papel exercido pelo "campo jurídico" nesse engendramento. Não preciso citar nomes aqui porque até os "coxinhas" com um mínimo de bom senso estão acompanhando as "lambanças" cometidas por seus aliados. Até recentemente, o ministro Teori Zavascki, ao reverter decisões anteriores dos pares e condenar, veementemente, o vazamento dos grampos sobre o ex-presidente Lula, escreveu, em 09 páginas, uma das mais belas Histórias do STF, resgatando a dignidade daquela Corte. 

E o que não dizer da OAB, a famosa Ordem dos Advogados do Brasil, vítima do arbítrio de regimes totalitários em décadas passadas, assumir uma posição favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas, disseram em comentários às nossas postagens os internautas, que não há muito o que se estranhar nesse comportamento da OAB. Afinal, eles são elite e a elite não deseja mais o PT no poder. Até mesmo em 1964 eles se mostraram negligentes em defesa do ordenamento democrático, apenas percebendo o grave equívoco somente depois da decretação do AI-05. 

Sobre a tradicional Faculdade de Direito do Recife, talvez estejamos aqui diante de mais um fato para compor a lista dos indicadores da "pulsão de morte" da Universidade Federal de Pernambuco.

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