pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Não fica bem, Lula, receber esses "presentinhos" ou cortesias.
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sábado, 6 de fevereiro de 2016

Não fica bem, Lula, receber esses "presentinhos" ou cortesias.




O possível candidato do PDT à Presidência da República, o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, reconhecidamente, é um ator político de confidências desconcertantes. Uma espécie de Gregório de Mattos do campo político. Não concordo com tudo que ele afirma tampouco ele terá o meu voto nas próximas eleições presidenciais. Não voto em quem agride professores e, num dos seus momentos de destempero, quando exercia uma secretaria na gestão do irmão, Cid Gomes, Ciro partiu para cima de alguns manifestantes, enfurecido, rasgando os cartazes que cobravam ações do Governo do Governo do Estado do Ceará. Devo reconhecer, entretanto, que se trata de uma pessoa intelectualmente preparada, corajosa, sem papas na língua. Possui algumas qualidades, é bem verdade. Deve fazer algum "estrago" nas próximas eleições. É bom ter atores políticos com o seu perfil em qualquer eleição. 

Houve um tempo em que ele esteve bem mais próximo do oráculo de Harvard, Roberto Mangabeira Unger, o que nos contingenciou a acompanhá-lo mais de perto. Numa de suas últimas entrevistas, quando questionado pelo entrevistador acerca da relação de seus filhos com o Estado, soube, com primazia e didatismo, explicar quais os procedimentos adotados para não vê-los enredados nessas relações "perigosas" envolvendo o público e o privado. Lula parece não ter tomado os mesmos cuidados, a julgar pelos contratos celebrados entre operadoras de telefonia e o seu filho. 

Também não vem repercutindo muito bem essa possibilidade de um pool de construtoras terem bancado as reformas num sítio frequentado pelo ex-presidente. Hoje parece não haver mais dúvidas de que essas construtoras - que mantinham algum tipo de contrato com o Estado - terem bancado essas reformar a título de ajuda ou cortesia. Ora, não fica bem para um homem público receber essas benesses, em qualquer circunstância. Não se trata aqui de envolver Lula em qualquer ilicitude ou qualquer tipo de acordo previamente celebrado com essas empreiteiras. 

Mas, aqui, já é possível apontar um equívoco: não fica bem para nenhum homem público receber esses "mimos". Infelizmente, no Brasil, definitivamente, o historiador Sérgio Buarque de Holanda parece ter razão quando apontava a ausência de fronteiras entre essas duas instâncias, a pública e a privada. Talvez se entenda, também, porque nenhum assessor apontou as consequências desse ato. Dizem que ele se encontra bastante abatido com a repercussão que tais fatos estão alcançando nos noticiários, claro, com muitas ilações indevidas, replicado quase todos os dias por uma conhecida emissora de televisão. Talvez tenha caído a ficha do ex-presidente. Com essas coisas não se brincam.Quando era prefeito de Palmeiras dos Índios, Zona da Mata alagoana, o escritor Graciliano Ramos multou o próprio pai, por manter animais soltos nas ruas. Prefeito não tem pai, dizia ele. Seria muito interessante que os homens públicos se orientassem por esses princípios.

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