pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições municipais do Recife, em 2016: Petistas otimistas e comunistas à espreita, esperando o melhor momento.
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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O xadrez político das eleições municipais do Recife, em 2016: Petistas otimistas e comunistas à espreita, esperando o melhor momento.


 
 

José Luiz Gomes


Um ano antes das eleições e já começam a surgir as pesquisas de intenção de voto, trazendo, no seu bojo, as inevitáveis polêmicas. Assustado com tantos números, tantos equívocos e tantas "gangorras" apresentadas pelos institutos, sobre as eleições na Paraíba, em pleitos passados, consultei um amigo mais experiente sobre o assunto. Ele nos aconselhou que ficássemos atentos apenas às pesquisas que saíssem três meses antes do pleitos. Essas pesquisas se aproximariam melhor da realidade do humor dos eleitores. Não apenas pela exiguidade do tempo que faltava para as eleições, mas, sobretudo, porque, nesta fase, os institutos não mais utilizariam de artifícios para inflar este ou aquele candidato, com medo de perder sua própria credibilidade. 

Nunca mais esqueci este conselho, transmitido no friozinho de Princesa, uma cidade paraibana, que faz divisa com Triunfo, em nosso Estado. Penso que na Paraíba esse problema é até mais sério do que aqui em Pernambuco. Institutos são criados ao prazer das conveniências e circunstâncias de alguns candidatos; nomes de concorrentes são "esquecidos" das listagens; conluios são estabelecidos entre institutos e os meios de comunicação. Quem conhece aquela realidade, sabe do que estamos falando. Pelo menos ao que sabemos, aqui no Recife ainda não surgiram pesquisas de opinião sobre a corrida ao Palácio Antonio Farias, nas próximas eleições municipais de 2016. 

Por enquanto, apenas as pesquisas sobre a avaliação da gestão do senhor Geraldo Júlio que, como sempre, não se sustentam numa simples conversa entre amigos, num fim de tarde, no Mercado de São José. Na semana passada publicamos no blog o resultado de uma pesquisa de intenção de voto na cidade de Caruaru, onde o Deputado Estadual, Tony Gel, do PMDB, aparece na dianteira, seguido pela também Deputada Estadual Raquel Lyra, filha do ex-governador João Lyra Neto, hoje no PSDB. Achamos curioso o nome do Instituto: Freud.Estivemos por lá neste feriado do dia das crianças, sondando a população, fazendo a nossa própria pesquisa pessoal. Os resultados serão publicados aqui pelo blog. 

Apesar do "efeito coxinha", das adversidades no terreno político e econômico, o senador Humberto Costa(PT) mostra-se bastante otimista com um provável desempenho do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco, nas próximas eleições municipais de 2016. As movimentações do senador Humberto Costa indicam que ele está preparando a terra para seus projetos políticos futuros, depois de concluído seu mandato de senador pelo partido. Nos últimos meses ele tem se movimentado bastante pela província, concedido entrevistas, articulando-se com lideranças políticas ligadas à legenda, em todas as regiões do Estado. 

Até mesmo no que concerne ao Recife - onde aparentemente não existe nenhum nome do partido com prego batido e ponta virada - o senador acredita no lançamento de uma candidatura competitiva. Hoje, o nome mais cotado dentro do PT para disputar a Prefeitura do Recife seria o do ex-prefeito, João Paulo. A princípio seria o nome com maior capital político, mas o médico Mozart Sales e João da Costa, a julgar por suas movimentações pelas redes sociais, pretende pretende voltar a disputar eleições, embora não se saiba se para o executivo ou se para o legislativo.

Apesar do conhecido raposismo político, o ex-governador Eduardo Campos agia como se fosse imortal. Morto prematuramente, não havia preparado o terreno para os seus sucessores, sobretudo dentro de sua nucleação familiar. Não espanta, portanto, esse desarranjo dentro das hostes socialistas aqui no Estado, a respeito de como serão dadas as cartas na condução do processo político comandado pelo clã dos Campos. Já afirmamos isso aqui - e voltamos a repetir - que a família não abdicará do espólio político deixado pelo ex-governador. Nesta semana, um jornalista deu algumas dicas sobre como estaria sendo montada essa obra de engenharia política, sob o olhar atento da senhora Renata Campos, esposa do ex-governador.

O irmão, Antonio Campos, será candidato a Prefeitura de Olinda nas próximas eleições municipais. O filho do governador, João Campos, de apenas 24 anos, deverá disputar uma cadeira na Casa de José Mariano, nas próximas eleições. O jovem faria uma carreira no legislativo - depois do Recife o projeto seria a Câmara Federal, em 2018 - e, certamente, mais conhecido e experiente, possivelmente se habilitaria ao Executivo Estadual, disputando o Palácio do Campo das Princesas. Essa hegemonia política do ex-governador sobre o grupo que ele comandava, criou alguns problemas, como ter colocado no Executivo Estadual um técnico sem o traquejo político necessário para lidar com as críticas dos cidadãos à sua gestão. A resposta do aparelho de Estado aos reclames da população é a interpelação judicial. Como pode isso? 

Ancorado no espólio político do ex-governador, sua eleição para a Casa de José Mariano são dadas como favas contadas. Pode ser, inclusive, um trunfo nas mangas do atual prefeito do Recife, Geraldo Júlio. Quem está se pronunciando de uma forma mais específica em torno das próximas eleições é o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, do PCdoB. Luciano tem sempre se mostrado um grande moderador em termos da disputa de 2016. Em seu último artigo, quase que repete uma conhecida raposa política mineira sobre a necessidade de se ficar atento aos movimentos das nuvens, que mudam constantemente. Haverá impeachment? a economia se recupera até outubro de 2016? São questões, segundo ele, fundamentais e decisivas, com reflexos diretos sobre o pleito daquele ano.

Quem nos acompanha sabe que temos sido uma pessoa muita crítica do PCdoB. Aqui e alhures. O partido passou por um processo de decomposição ideológica profundo, assumindo um pragmatismo de fazer corar a mais renhida direita. Ainda não consegui entender o que fazia Aldo Rebelo, já então indicado para ministro da Defesa, na filiação de Marta Suplicy ao PMDB. No Maranhão, o que salva Flávio Dino é um discurso anti-sarney repetido à exaustão. O governo, em si, não vai muito bem. Em Olinda, já se vão 16 anos de gestão e, infelizmente, não se conhece nenhum grande projeto estruturador, que viesse a produzir benefícios mais fecundos para a população. Já era tempo de os "comunistas" deixarem suas digitais em áreas estratégicas, como saúde, educação, mobilidade. 

Alguns anos atrás, realizamos uma longa entrevista com o senhor Luciano Siqueira. À época, interessava-nos, sobretudo as políticas de alianças celebradas pelos comunistas. O interesse surgiu a partir de uma palestra proferida por ele no antigo Seminário de Tropicologia, da Fundação Joaquim Nabuco. Trata-se de uma pessoa simpática, que nos causou uma boa impressão. Espero não deixá-lo chateado com as nossas observações sobre o PCdoB. Quando liguei para ele, nos informou, a princípio, que estava de férias, para logo emendar: comunistas não tiram férias. Vamos agendar. Nos perdoe a franqueza, Luciano, mas o que nos parece mesmo é que, assim como ocorreu em eleições passadas, quando o partido rompeu com o PT para embarcar na caravana de Geraldo Júlio, o que se espera agora é que o humor das ruas e os arranjos partidários possam indicar qual a melhor alternativa para a agremiação, independentemente de outras considerações. Puro pragmatismo.













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