pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho do Jolugue: Transposição das águas do Rio São Francisco: e não é que o João tinha razão.
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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Tijolinho do Jolugue: Transposição das águas do Rio São Francisco: e não é que o João tinha razão.





O geógrafo Milton Santos costumava afirmar que a satisfação de um intelectual era observar que as suas teses estavam se confirmando. Pedia-nos que ficássemos atentos àqueles intelectuais movidos por outras vaidades e interesses. Dividir os pesquisadores entre aqueles que ficaram contra ou a favor do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco não contribui muito para o debate que realmente importa. No auge dessas discussões - ainda no Governo Lula - o pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, João Suassuna, apontava alguns equívocos nesse projeto, tanto no que concerne à concretização dos seus possíveis objetivos, quanto à inviabilidade técnica, devido à escassez de recursos hídricos já observada no castigado Rio São Francisco, o que também poderia comprometer, num futuro próximo, a geração de energia. 

As obras de transposição do Rio São Francisco passaram por inúmeros problemas, como atrasos, graves problemas técnicos, denúncias de superfaturamentos e coisas afins. Em certa medida, convém esperar, observar a pouca água bater nas pedras e tentar decifrar as espumas. É o que os matutos chamam de "meditar sob a massaranduba do tempo". De origem no Cariri paraibano, João Suassuna soube esperar o momento certo para ver suas teses se confirmarem. Assim como ocorre lá pelo Planalto - onde a crise política instaurou-se de uma vez - também a crise hídrica - quiçá energética - são ameaças que pairam sobre as nossas cabeças. Convém enfatizar que João Suassuna não era necessariamente "contra" uma solução que resolvesse os problemas de abastecimento de água na região Nordeste.  

Apenas sugeria que a proposta seria inviável, propondo outras alternativas, de menor custo, e mais viáveis. Convém enfatizar, igualmente, que João falava como um técnico, um pesquisador do semiárido nordestino. Hoje, em sua página, o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Paulo Rubem Santiago, observa que o pesquisador cobra um pouco de coerência do senador Fernando Bezerra Coelho, que ocupou a pasta da Integração Nacional no primeiro Governo Dilma. Infelizmente, você não encontrará coerência por aqui, João. Os atrasos e embaraços nessa obra já se constituía como uma plataforma política do ex-governador, Eduardo Campos, em seu projeto de tornar-se presidente da República. Bem próximo ao período da Páscoa, quando ele ainda estava em campanha, nosso perfil aqui do Facebook recebeu a visita de um coelho. Penso que você sabe de quem se trata. Não era o coelhinho da Páscoa não.

Nesses tempos bicudos, de tolhimento da liberdade de expressão, do jugo do delito de opinião, convém tomar cuidados com as citações dos nomes para não sermos vítimas de processos. Aqui em Pernambuco, hoje, se processa alguém por qualquer motivo. Até os professores da UFPE, como é o caso de Michel Zaidan, estão se tornando alvos dessas investidas. Esses atos contam com a inércia da imprensa, dos sindicatos, das entidades de classe, dos movimentos sociais, partidos políticos e afins. Esse coelho que nos visitou - sem ser convidado - fez um barulho danado, elencando todos os problemas da obra e que, na eventualidade de uma eleição de Eduardo Campos, isso seria contornado. 

Fiz uma perguntinha que o deixou enfurecido: então, cara, tu estás admitindo o fracasso da gestão do senhor Fernando Bezerra Coelho, do teu partido, que respondia pela pasta? o coelho pulou fora e hoje está assoberbado com a Lei de Responsabilidade Fiscal do Estado. Melhor assim. Se há alguma coisa que possuímos de sobra é coerência. Não somos contra a obra de transposição das águas do Rio São Francisco, João, sobretudo em razão dos seus objetivos finais, mas, pelo menos nos seus apontamentos dos problemas, infelizmente, alguns deles estão se confirmando.  



Nas imagens acima, o açude Gargalheiras, no Rio Grande do Norte, um dos mais importantes do Estado, antes e depois da estiagem. A sangria deste açude é um verdadeiro acontecimento na cidade de Acari, que já conta com uma incipiente estrutura turística para atender aos visitantes. Acari é a cidade mais limpa do Brasil. Em termos de culinária, o prato mais comum é o camarão, crustáceo abundante na região, comercializado por inúmeras famílias.  

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