pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho do Jolugue: Só Jesus na causa, Michele Collins!
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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Tijolinho do Jolugue: Só Jesus na causa, Michele Collins!





Se nos permitem a expressão, a cultura machista do brasileiro é algo "medonho". Tenho por princípio jamais ofender as pessoas ou fazer alguma acusação que não seja cabalmente provada. O direito de livre expressão usamos para valer, goste quem gostar. Gostaria muito que as pessoas também se orientassem por esse princípio quando se dirigissem a minha pessoa. Infelizmente, cada dia fico mais convencido que a recíproca não é necessariamente verdadeira. Li muitas postagens contundentes - para usarmos um eufemismo - no dia hoje, sobre a vereadora Michele Collins, do PP, depois de suas declarações contra o homossexualismo e a submissão da mulher ao homem. 

Ela não pode ser apedrejada pelos homossexuais nem pelas feministas em razão de suas declarações. Essas declarações refletem, sobretudo, o quanto ela também é vítima de uma construção histórica que atende pelo nome de machismo. Não precisa ser nenhum especialista em Pierre Bourdieu ou Michel Foucault para entender essas relações de poder em nossa sociedade. Muito mais para o mal, nos fomos ensinados a sermos machistas. Vejam que é uma mulher quem fez essas afirmações, o que implica dizer que esse imaginário, não raro, está mais impregnado no próprio sexo feminino, vítima maior de suas consequências. Há mulheres que não "gostam" de emitir suas opiniões. Preferem aqueles homens que batem com a 'peia" na mesa e decidem. Até mesmo entre casais homossexuais femininos já acompanhei cenas explícitas de "dominação" de uma parceira sobre a outra, em certa medida, reproduzindo as relações heterossexuais marcadas pela verticalidade. 

Esses padrões de relações sociais são marcados por muita violência, sobretudo onde eles se tornam mais "perenes", em regiões menos urbanizadas.Aqui vale a ressalva de que se trata apenas de uma suposição. Qualquer coisa vão se queixar ao Sebastião Vila Nova. A violência contra a mulher, por vezes induzidas por tais padrões de relacionamentos socialmente construídos, talvez não escolha mesmo região geográfica, nem classe social ou coisas assim. Mais uma vez, não custa nada lembrar isso aqui, até recentemente mantinha uma foto com uma mulher com o rosto desfigurado pela inscrição "mulher gaieira", marcada como animal - pelo próprio marido. 

Já tentei fazer buscas na internet sobre esta foto, mas não foram bem-sucedidas. Encontrei até foto do filósofo Michel Foucault, no Brasil, de calça boca-sino, descontraidamente numa praia. Mas, a tal mulher, não encontrei. Os filhinhos da classe média - quase que cotidianamente - agridem empregadas domésticas e prostitutas, sob o argumento de sua "inferioridade social", plasmado pelo "machismo" ensinado pelos pais. Claro que uma atitude como a da vereadora Michele Collins merece nossa reprovação, repúdio, mas elas apenas refletem um bom momento para repensarmos nossas condutas e insistirmos na construção - via educação - de uma sociedade mais horizontalizada, tolerante, não machista. Eu sempre digo que lá em casa quem manda é a mulher. Deus nos livre de um(a) machista ouvir isso. Amanhã podemos ser vítimas de hostilidades.  

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