pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho do Jolugue: Com toda a desgraça, ainda esperava um ato de grandeza do senhor FHC
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domingo, 26 de julho de 2015

Tijolinho do Jolugue: Com toda a desgraça, ainda esperava um ato de grandeza do senhor FHC




Não gostaria de ser catastrofista, mas, pelo andar da carruagem política, vejo que o quadro político e institucional do país continuará bastante nublado pelos próximos meses. Diante de uma crise hoje inegável, ontem fui informado que o Planalto estaria entabulando negociações em torno de um grande diálogo com a oposição, numa tentativa de estabelecer uma trégua política e centrar esforços no sentido de contornar os problemas hora enfrentados, um amontoados de dificuldades que vão muito além da esfera econômica. Os atores convidados sentariam à mesa e conversariam sobre a melhor maneira de enfrentar essa crise que tomou conta do país. No início, lideranças políticas de oposição, como Fernando Henrique Cardoso, acenaram positivamente nesta direção. 

Esperávamos que as articulações avançassem nos próximos dias, mas, pelas últimas declarações do ex-presidente, penso que tivemos mais um retrocesso. Em pouco menos de 48 horas, através dos canais conhecidos da mídia golpista, o nosso ex-presidente fez declarações contundentes sobre o Governo Dilma e, de quebra e gratuitamente, atingiu o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O que teria levado FHC a este recuo? Eis aqui um grande enigma. Alguns dizem que o ex-presidente tucano teria sido admoestado por lideranças da agremiação, que o aconselharam a  não jogar a boia para os náufragos e deixá-los afundar sozinhos. Do alto de sua "envergadura moral", passou a dar demonstrações de arrogância, empáfia e prepotência. 

No seu primeiro Governo, Dona Dilma Rousseff não teve o menor problema de calçar a sandália da humildade e reconhecer alguns acertos do antecessor, como o êxito no ajuste das políticas de estabilidade da moeda. Trocou, até mesmo, alguns "selinhos" com o ex-presidente, o que teria deixado alguns caciques petistas enciumados. Como se observa, de parte a parte, existe aqui um jogo de conveniência, variações de um jogo eleitoral, onde o discurso das coxias é um e o discurso ou os atos da boca do palco é outro. Isso é compreensível no contexto de uma contenda eleitoral. Mas, agora, o problema é outro. O momento exige baixar as armas e empenhar-se num projeto de conciliação nacional no sentido de enfrentar essas turbulências políticas, institucionais e econômicas. 

Na realidade, um grande diálogo, onde os atores envolvidos deverão esquecer as diferenças e trabalharem pelos interesses nacionais. É aqui, num ato que exige grandeza e desprendimento, que se conhece, de fato, os homens de espírito público. Nosso ex-presidente do PSDB dá uma demonstração, com essa atitudes, que os seus interesses e os interesses de sua agremiação política estão acima dos interesses nacionais. Aliás, isso já não seria nenhuma surpresa, se analisarmos o que ocorreu com o seu Governo, onde o patrimônio nacional foi fragorosamente dilapidado, em transações equivocadas e suspeitas, lesivas aos interessas nacionais. Nunca votei nele, sofri o pão que o diabo amassou nos seus dois Governos, mas, sinceramente, com toda a desgraça, ainda esperava um ato mais nobre deste cidadão que, na sua vida acadêmica, foi orientado por um cara como Florestan Fernandes. Será que ele desconhece que, se afundarmos, afundamos todos juntos?  

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