pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Michel Zaidan Filho: A pior legislatura congressual brasileira
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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Michel Zaidan Filho: A pior legislatura congressual brasileira

 


Em evento, na Pós-graduação de Ciência Política, da UFPE, foi perguntado ao então vice-presidente da República, o senador Marco Antonio Maciel, o que ele achava da legislatura que elegeu Severino Cavalcanti à Presidência da Câmara dos Deputados. O experiente e cauteloso parlamentar respondeu que não era nem melhor, nem pior do que as anteriores. E que a crise do afastamento de Cavalcanti, em função do achaque ao dono da cantina do Congresso, era perfeitamente assimilável.
 
Não sei o que o velho político pernambucano diria da atual legislatura e da crise que se avizinha, para o segundo semestre. Uma coisa é certa: nunca se viu um Parlamento dirigido por dois políticos totalmente suspeitos de receberem propina das construtoras envolvidas no escândalo da Petrobras, e que ameaçam de retaliação, usando os importantes cargos que ocupam, as instituições policiais, judiciárias e políticas da República brasileira. Até quando, vamos tolerar essa chantagem institucional de um Poder contra o outro, em razão de um inquérito conduzido pelo Supremo Tribunal Federal, pela Justiça Federal, pelo a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República. O que tem a ver com isso o ministro da Justiça - longamente interrogado na CPI da Petrobras - a Presidente da República, ela mesma objeto de processos judiciais em curso, ou as instituições responsáveis pelo cumprimento da Constituição e das leis no Brasil.
 
Em conversa reservada com o presidente da OAB, disse que quanto mais autônomas, independentes, livres, despartidarizadas forem nossas instituições republicanas, mas garantido será o resultado de qualquer das investigações ou decisões judiciais, sempre passíveis de recursos e mais recursos nos tribunais competentes da União. A partidarização ou o uso político dessas instituições provoca desmoralização dos agentes públicos, sobretudo os que são os guardiões da jurisdicão constitucional no País. Se não preservarmos a ação desses agentes, ninguém  - no final - terá razão nenhuma. Não haverá instância recursal acreditada perante os cidadãos e cidadãs para decidir e se fazer respeitar pela sociedade brasileira.
 
A declaração de guerra feita pelo ocupante eventual da Presidência da Câmara dos Deputados de que retaliará a Presidente da República, caso seja denunciado pelo STF por si só é uma confissão de culpa. Quem não deve, não teme. E é obrigação dos homens públicos darem satisfação de seus atos à Justiça e à Opinião Pública. Não há cidadão acima da lei.
 
Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador, cientista político, professor titular da UFPE, coordenador do Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia - NEEPD-UFPE

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