pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho Real: O céu é para os esquerdista, Eduardo Galeano
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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Tijolinho Real: O céu é para os esquerdista, Eduardo Galeano


Morreu o escritor e ensaísta uruguaio Eduardo Galeano. Tinha 74 anos de idade. Logo na adolescência, li "As veias abertas da América Latina", um livro que causaria em mim uma grande inquietude, assim como a "Pedagogia do Oprimido", do educador pernambucano, Paulo Freire. Parafraseando Paulo Freire, essa "inquietude" era um sinal de consciência sobre a realidade que precisávamos conhecer para mudá-la. Em seus campos de atuação específicas, ambos os pensadores foram muito importantes para as reflexões da esquerda latino-americana. De tão radical, confesso que nunca fui muito simpático àqueles olhos azuis do Jorge Castañeda, apesar dele ter escrito aquele ensaio clássico sobre a esquerda latina-americana e uma biografia impecável do "Che". Desde então, não deixo de acompanhar os escritos, as entrevistas, os ensaios do escritor paraguaio. Galeano viveu as agruras de quem teve a coragem de se contrapor ao status quo. Foi exilado, ameaçado de morte, teve que deixar seu país, fugindo dos seus algozes. Galeano sempre demonstrou muita determinação e coragem na defesa de suas ideias. As "interdições" do desenvolvimento latino-americano era uma das suas preocupações. O percurso seria "natural" ou determinado por conjunturas alheias à nossa vontade? Em certa medida e muito antes de pedir que "esquecêssemos o que ele havia escrito", penso que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, da Teoria da Dependência, ainda que anpassant, flertou com Eduardo Galeano. Antes de morrer, o ex-presidente venezuelano, Hugo Chaves, presenteou o presidente americano, Barack Obama, com um exemplar do livro clássico de Eduardo Galeano. Um protesto aos desmandos imperialistas no continente. Obama recebeu o presente constrangido. Voltamos a nos encontrar na seleção para o mestrado em ciência política da UFPE. Ali estava um texto, em inglês, de Galeano, para ser traduzido e comentado. Fomos de vento em popa. Ele tratava do desmoronamento da experiência do socialismo realmente existente, e informava que, comparada ao capitalismo, nós éramos uns adolescentes. E que também não se podia jogar a "criança" fora juntamente com a "água suja". É verdade. O céu é para os esquerdistas, Galeano.

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