pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho Real: Seria Barusco o nosso "Garganta Profunda"?
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quinta-feira, 12 de março de 2015

Tijolinho Real: Seria Barusco o nosso "Garganta Profunda"?

 


Ainda não sabemos quem merece o título de "Garganta Profunda" no escândalo da Petrobras. Parece-nos, no entanto, que as autoridades públicas que investigam o escândalo já chegaram à conclusão que o procedimento mais evidente de elucidação dos fatos é seguir o conselho do então ex-vice diretor do FBI, Mark Felt, a verdadeira identidade do "Garganta Profunda", que recomendou aos jovens repórteres do Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstain,  que "seguissem o dinheiro", naquele que se tornou um escândalo de corrupção emblemático: O Watergate. Acompanhamos atentamente o depoimento do ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, na CPI instaurada na Câmara dos Deputados. Ele falou com uma naturalidade e uma desenvoltura assustadora. Com riquezas de detalhes sobre o esquema, auxiliado por uma memória prodigiosa. 

Se estiver mentindo, ouso afirmar, burlaria qualquer detector de mentiras. É espantoso o volume de dinheiro em jogo. O cara fala de milhões como se estivesse falando das despesas de finais de semana, num churrasquinho entre amigos, regados a cervejas fermentadas com milho e uma fraldinha, já que a picanha está proibitiva. Somente a parte que lhes coube nesse latifúndio do propinoduto da estatal é estimada em mais de R$ 200 milhões. Desse montante, foi obtido o repatriamento de 139 milhões, que estavam em contas na Suíça. 

Barusco falou, volto a dizer, com muita naturalidade, que aproximadamente R$ 300 milhões teriam sido repassados ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Vaccari nega e, junto com a Executiva Nacional do Partido, promete processá-lo. Como se sabe, esse escândalo da Petrobras tem todos os ingredientes de uma manobra para atingir Dilma Rousseff, precisamente no financiamento de campanha, o que abriria uma possibilidade de pedido de impeachment. Sempre foi assim desde o início, a começar pelos vazamentos seletivos da Polícia Federal.

Há indícios de qua a construção da represa de Belo Monte - também "bichada" - seria um plano "B" dos seus algozes. Como afirmei antes - e não se trata de teoria da conspiração - a direita está com a engrenagem azeitada para destituir o PT do poder. A "Folha" traz notinhas de convocação para os protestos do domingo, dia 15; horários de jogos são mudados para não atrapalhar o evento; empregados estão sendo coagidos a comparecerem aos protestos. Até o escritor Luiz Fernando Veríssimo abandonou suas tradicionais crônicas da vida privada para escrever sobre o ódio que a elite brasileira destila contra uma presidente e o seu partido. Não sei se vamos segurar essa "onda", porque Dilma parece muito acuada. Erra na comunicação, erra na articulação, erra na estratégia de enfrentamento da crise. Não gosta de fazer política e parece ignorar as orientações do seu padrinho Lula. 

Assim como Jango, Dilma se recolhe ao silêncio, ignorando o perigo que ronda o Planalto. Aqui devo discordar do cientista político Cláudio Gonçalves Couto,da FGV, que ontem afirmou que ela não se parece nem com Getúlio e nem com Jango. Sua resiliência tem muito de Jango.Massacrada por setores da mídia, suas convicções democráticas a impedem de,sequer, estimular a tal regulação econômica do setor. Apenas timidamente vem reduzindo os anúncios do Governo na rede do Plim Plim. Também penso que, assim como Jango, não seria capaz de usar o seu "dispositivo". Como fizemos nos momentos difíceis do segundo turno, vamos para as ruas defender o seu governo, responsável pelos maiores avanços sociais dos últimos séculos. Não é os possíveis problemas de corrupção do PT que preocupa a elite brasileira. O que ela não suporta mesmo são as concessões ao andar de baixo.

A charge é do Renato Aroeira. 

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