pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho Real: O Planalto deve ficar atento às mobilizações de rua. Contra ou a favor.
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domingo, 15 de março de 2015

Tijolinho Real: O Planalto deve ficar atento às mobilizações de rua. Contra ou a favor.




Em pouco mais de 48 horas, duas manifestações nacionais. O Planalto precisa ficar atento aos humores das ruas. Depois de passar pelas aulas da professora Danielle de Perin Rocha Pitta, passei a observar os acontecimentos com outros olhos, menos polarizados. Historicamente, no Brasil, é muito comum analisar as coisas na base do contra e a favor. Com isso, perde-se muito nos "intervalos", algo que a nossa inteligência mediana não consegue captar. Os fatos sociais são bem mais complexos, como diriam os partidários de algumas correntes de pensamento, a exemplo do imaginário social. É exatamente nos intervalos que se concentram as melhores lições dessas duas manifestações. Uma delas já ocorreu no dia 13 e contou com milhares de manifestantes em todo o Brasil, numa demonstração de força da base aliada do Governo Dilma. Foi convocada pelos mesmos segmentos sociais que garantiram mais um mandato para a presidente Dilma Rousseff. Além de parabenizar a capacidade de mobilização dos apoiadores da presidente Dilma Rousseff, até aqui, nada a acrescentar, não fosse o conjunto de reivindicações dos movimentos sociais ao Governo. 

O MST pediu agilidade nas reformas agrária e política. Centrais sindicais como a CUT, questionaram as medidas de ajuste fiscal que estão penalizando os direitos da classe trabalhadora, como as mudanças de regras das pensões e no seguro desemprego, algo que a presidente Dilma jurou que não mexeria durante a campanha."Nem que a vaca tussa", lembram? numa expressão possivelmente recomendada por João Santana, o marqueteiro oficial do Planalto, que hoje parece ter perdido a capacidade de enfrentar o massacre que a presidente vem sofrendo por parte da mídia. Não quero aqui fazer coro com os oposicionistas - que dizem que Dilma vendeu ilusões durante a campanha - mas, de fato, todos os indicadores econômicos e as medidas tomadas até agora indicam que a saúde de nossa economia estava bastante fragilizada. Em todo caso, nós não elegemos Dilma Rousseff para ela convidar assessores de Aécio Neves para condução da política econômica, tampouco adotar um receituário neoliberal de ajuste das contas públicas, comprometendo os direitos dos trabalhadores e os investimentos estratégicos em educação, por exemplo. 

As mobilizações programadas para hoje, dia 15, possui um caráter golpista, anti-democrático. Os coxinhas saem às ruas não contra a corrupção - embora seja este o mote - mas contra, sobretudo, aos avanços sociais conquistados pelo país nos últimos anos, que favoreceram o andar de baixo da pirâmide social. Não sou muito partidário da teoria da conspiração, mas parece-nos não haver dúvida sobre as intenções nefastas deste movimento, a julgar pelo apoio de setores da grande mídia, do farto financiamento, da coação exercida para as pessoas saírem às ruas e, sobretudo, algumas considerações geopolíticas jogos, motivadas pelas posições assumidas, hoje, pelo país, no contexto das relações internacionais.

Dilma, portanto, precisa ficar atenta a dois aspectos. Ao apoio crítico de sua base de sustentação histórica e, sobretudo, a engrenagem poderosa que está sendo urdida contra o seu Governo, envolvendo, praticamente, todos os ingredientes que convergem para um golpe de Estado. Há como abortar essa operação em curso, caso sejam controladas algumas dessas "peças" fundamentais para moer essa máquina conspiratória. Essa engrenagem não é à prova de oxidação. Há uma autora chilena que teve o cuidado de levantar todas as "condições" fundamentais para a materialização de um golpe de Estado. Em 1964 todas as condições estavam amadurecidas. 

Hoje, o que nos parece estar "amadurecida" é uma pregação sistemática contra o Governo, com alguns políticos da oposição exigindo o impeachment da presidente. Uma onda de ódio contra o PT.Isso, naturalmente, atinge uma grande repercussão na mídia golpista, mas não chega às ruas. Os protestos estão programadas para as áreas litorâneas em todo o Brasil, numa nítida identificação de classe por trás do movimento. Seria bem mais interessante que esses burguesinhos continuassem tomando os seus chopps na orla e permitissem que os mais empobrecidos continuassem tendo acesso às suas azinhas de galinhas para os churrascos de final de semana na lage.  O problema é que essa gente é muito egoísta.

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