pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho do Jolugue: Marta Suplicy sai atirando
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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Tijolinho do Jolugue: Marta Suplicy sai atirando






A ex-ministra da Cultura, Marta Suplicy, foi conduzida àquele ministério em razão das urdiduras mantidas por Lula para articular a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura da Cidade de São Paulo. Sua indicação para a Cultura foi uma espécie de "compensação". Devo dizer que o procedimento foi um pouco atribulado, considerando-se o fato de sua capilaridade política, aliada ao apoio de expressivo contingente partidário. Soma-se a isso, sua performance em todos os levantamentos de intenção de votos, bem superior a do pupilo de Lula. Salvo sua excelente gestão no Ministério da Educação, Haddad só tinha mesmo o sinal verde e o patrocínio do grande líder petista. A manobra deu certo, Haddad venceu as eleições e vem realizando uma gestão inovadora. Mesmo contrariada, Marta foi indicada para a Cultura, numa trinca que incluía a participação do PT paulista no Governo Dilma, setores da agremiação e, principalmente, uma indicação pessoal de Lula. O PT paulista, por razões óbvias, é muito próximo a Lula. Ali se concentra, possivelmente, a ala mais lulista da agremiação. Não à toa, é também a ala da agremiação que mais dor de cabeça tem dado a presidente Dilma Rousseff. Agora, por ocasião da saída de Marta do Ministério da Cultura, esses atritos como que afloraram, embora os petistas afirmem que se trata de intriga da oposição. Isso, na boca do palco. Nas alcovas o circo pega fogo. Ao leitor minimamente informado, basta juntar as pecinhas do tabuleiro. Por que, numa carta de despedido - um documento oficial, portanto - Marta Suplicy, que não é nenhuma ingênua, teceu alguns comentários sobre a condução da política econômica do Governo Dilma, sugerindo, nas entrelinhas, o perfil do novo nome do Ministério da Fazenda? Um recado direto de Lula? Há quem assegure que sim. Antes, José Dirceu - outro lulista de carteirinha - já havia se pronunciado sobre a condução da política econômica da Governo. Logo em seguida à carta de despedida de Marta, Gilberto Carvalho - homem de confiança do lulismo - teceu seus comentários a respeito da relação do Governo Dilma com os movimentos sociais. Numa comparação com o Governo do seu padrinho político, informou que este mantinha uma diálogo mais efetivo com os movimentos sociais. Três pronunciamentos, quase que simultâneos, de três atores políticos bastante identificados com o lulismo. Nada que não seja gerenciável, mas que há uma disputa de poder na máquina petista, isso ninguém pode negar. Faz parte do jogo. Há quem assegure que Lula pretende exercer uma maior influência no segundo Governo Dilma, entre outras razões, porque pretende voltar em 2018. Três ministérios seria de capital importância para o seu projeto: Fazenda, Cidades e Educação. Não sei se necessariamente tomando as dores de Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega - que se encontra no olho do furacão - rebateu a argumentação de Marta Suplicy sobre os cortes orçamentários para o Ministério da Cultura na sua gestão. Segundo a avaliação de Mantega, não faltou recursos, mas talento.

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