pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Michel Zaidan Filho: Quietum, non movere
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domingo, 7 de setembro de 2014

Michel Zaidan Filho: Quietum, non movere




A expressão  em  latim quer dizer:"não mexa com  quem  está quieto".  Como se sabe, não se deve mexer com os mortos. A própria religião ensina que  os  mortos cuidem   dos mortos.  E  os vivos que vão  cuidar  de   suas   vidas.  Infelizmente essas recomendações não  valem para Pernambuco e para  as  próximas eleições.O morto não  pode  descansar em paz. E não é porque  as Brs,pes, avenidas, pontes,  viadutos e anúncios  luminosos   insistem  na   presença  do morto  entre nós. Mas acumulam-se, de uma  maneira  preocupante,   indícios  de  coisas estranhas  relacionadas  à campanha  eleitoral do  Partido Socialista Brasileiro. Já não bastassem  as   questões quem envolvem o acidente aéreo, a compra   da  aeronave,  a titularidade da   aeronave, as   contas fantasmas  que receberam  os depósitos  pelo "aluguel"  da   aeronave,   a  participação de   empresas  beneficiadas   pelo   atual candidato a  governandor pelo  PSB,   na   intermediação da compra  da   aeronave   que transportava  o ex-governado. Agora  surge a  denúncia pública  do  ex-diretor da  Petrobras  do  pagamento de propina a  Eduardo Campos, por conta   da   construção da   refinaria Abreu  e Lima.  A isso acrescente-se a informação do  envolvimento do marido   da presidenciável do PSB,  com  a  extração  e venda ilegal  de madeiras, no Estado do Acre.
 
Acumulam-se muitos   indícios   sobre a  existência   de   irregularidade  no  financiamento  das   campanhas  eleitorais.  É de  se   esperar  que  o Ministério  Público  Eleitoral  e   a Justiça   Eleitoral  não   permaneçam inermes e   passivos  diante deste  estado de   coisas.  Principalmente,  num momento   em   que   se   faz    uma bela   e oportuna    campanha   cívica  pela    lisura   das eleições e que   esteja   ocorrendo  nesses  dias   uma imensa mobilização  social    pela   aprovação de  uma  constituinte    exclusiva   para fazer   a reforma   política,    apoiada pela CNBB,  entidades   sindicais e   outras  instituições.
 
Se  nada for feito  para   a apuração  cabal  dessas denúncias e   a   responsabilização   civil   e criminal  dos  denunciados, será feito  uma  "tábua  rasa"  de todos os esforços da sociedade civil e   suas entidades   representativas para   moralização   dos costumes  políticos  no Brasil.  E ninguém mais vai  acreditar em nenhuma  promessa  de  reforma   das instituições políticas no Brasil.   Será  esta  a herança  política e institucional que deixaremos  para  os que virão depois  de nós?

Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco.
 

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