pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Marina, o Mata-Pau
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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Marina, o Mata-Pau

25 de setembro de 2014 | 07:42 Autor: Fernando Brito

matapau
Poucas pessoas deixam tão evidentes, em tão pouco tempo, sua natureza desagregadora.
Em pouco mais de um mês desde que foi alçada, na prática, líder do PSB – porque sua candidata presidencial -, Marina Silva já se prepara para esmagar todos os setores do partido que não estejam completamente submetidos a seu comando total.
É algo que vai além de julgar se melhores ou piores as posições dos grupos se se alinham em torno de Roberto Amaral – o futuro morto – e de Beto Albuquerque, um homem que fez carreira política com o apoio dos petistas Olívio Dutra,Tarso Genro e Lula.
Trata-se de ver que Marina, incapaz de controlar o PV e de formar seu próprio partido, a Rede, firmou um pacto com o grupo familiar pernambucano e seu vice para assumir o controle total do PSB, esmagando qualquer diversidade que tenha a pretensão de sobreviver no partido.
A família Campos, com todo o respeito que se possa ter pela dor de sua perda, não se vexa em tratar o PSB como uma herdade, sobre a qual teria  o direito natural de manter o controle e fruir das vantagens políticas.
Roberto Amaral não é um louco e jogou a cartada da eleição partidária antes das eleições porque o frio da lâmina em seu pescoço era cada vez mais cortante.
E, quando Beto Albuquerque, candidato a vice e porta-voz de Marina e da família Campos nos “assuntos internos” do PSB anuncia de público que “apoiará uma candidatura de oposição” se  Amaral não desistir da votação marcada, está deixando claro que já recebeu a ordem do “cortem-lhe a cabeça” da nova  regente do PSB e do núcleo herdeiro.
Não é provável que Amaral consiga fazer a eleição interna ou, se a fizer, tenha de aceitar um acordo onde terá posição decorativa.
Vai ter o destino que Monteiro Lobeto, em seu antológico “O Mata-Pau”deu à pobre árvore que deu suporte “ao fiapo de planta”:
“Aquele fiapinho de planta, ali no gancho daquele cedro – continuou o cicerone, apontando com dedo e beiço uma parasita mesquinha grudada na forquilha de um galho, com dois filamentos escorridos para o solo. – Começa assinzinho, meia dúzia de folhas piquiras; bota p’ra baixo esse fio de barbante na tenção de pegar a terra. E vai indo, sempre naquilo, nem p’ra mais nem p’ra menos, até que o fio alcança o chão. E vai então o fio vira raiz e pega a beber a sustância da terra. A parasita cria fôlego e cresce que nem embaúva. O barbantinho engrossa todo dia, passa a cordel, passa a corda, passa a pau de caibro e acaba virando tronco de árvore e matando a mãe, como este guampudo aqui – concluiu, dando com o cabo do relho no meu mata-pau.”
Neste caso, o “fiapo de planta”, já vindo de outros troncos, foi turbinado pela fatalidade.
(Publicado originalmente no site Tijolaço)

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