pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: 429 anos de João Pessoa: Festa das Neves sem Bagaceira não presta.
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terça-feira, 5 de agosto de 2014

429 anos de João Pessoa: Festa das Neves sem Bagaceira não presta.






Começou a Festa das Neves e eu já estou reclamando. Reclamando sim, da falta da Bagaceira. Prefeito Luciano, o senhor que gosta tanto de manter as tradições, bote de volta a Bagaceira na Festa da Padroeira, faça isso antes que o arcebispo acabe com tudo como é do seu desejo. O senhor não tem culpa do que fizeram com a festa,mas levará consigo os louros de ter retornado à Ladeira da Borborema o encontro dos boêmios com as putas e intelectuais de nossa cidade.

Quiseram modernizar a festa acabando com a alegria dos pobres, dos cornos e das mulheres infiéis, numa demonstração inequívoca de preconceito. É interessante notar como os políticos adoram os pobres na hora de pedir o voto e ficam alérgicos ao cheiro de grude depois que tomam posse. Sempre foi assim e assim foi com a "Bagaceira" da Festa das Neves. Acabaram com a única coisa boa que tinha na festa.

E como era boa! Eu mesmo fazia ponto na barraca de Zilda, velha conterrânea que se mudou para cá depois que suas carnes  já não atraíam mais a exigente clientela do cabaré de Estrela. Fixou residência no Baixo Róger, por trás da linha do trem e fez vida novamente, só que desta vez conquistando os clientes pelo estômago. Seu tempero sertanejo ficou famoso. Sua buchada de bode na "Bagaceira" da Festa das Neves atraia para o gueto da santa desde os cabeceiros grosseiros do porto, às mocinhas intelectuais da província, aquelas que recitavam versos vestindo blusa de saco e exibindo tufos de cabelos em seus suvacos brancos.
Além disso tudo, era bom demais mijar na Ladeira da Borborema, aquela que Mané Caixa D`água, num rasgo de genialidade poética, recitou: "Ladeira da Borborema/tu és mais arta do que eu/mas eu posso subir in tu/e tu num pode subir neu". Os rios de mijo desciam buscando a Rua da Areia e de lá subia aquele cheiro de mijo com cerveja que perfumava mais do que extrato da Avon.
Foi ali que Zé Alan Abrantes mijou no capacete de um soldado, arrancou as divisas de um sargento e chamou para a briga um guarda noturno da Prefeitura, sendo levado pra cadeia e solto antes de chegar, graças a intervenção de Mundinho de Nezinho.
Pois muito bem, acabaram a "Bagaceira", a festa definhou e para fechar o firo apareceu o arcebispo Dom Pagoto pregando o fim de tudo.


Escrito pelo Jornalista Tião Lucena

Nota do Editor: Nossa Senhora das Neves é a padroeira da cidade de João Pessoa, que acaba de completar 429 anos de fundação. Dom Aldo Pagotto é o arcebispo da cidade, que já manifestou a intenção de acabar com os aspectos profanos da tradicional festa, muito popular entre os pessoenses. Pelo que pudemos apurar, há uma grande insatisfação por parte de segmentos da população em relação às medidas de Dom Aldo, um arcebispo conservador, que lembra o nosso Dom José Cardoso. 

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