pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Políticos querem ressuscitar a figura de Miguel Arraes. Não cola. O velho era único.
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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Políticos querem ressuscitar a figura de Miguel Arraes. Não cola. O velho era único.

 

Arraes, infelizmente, não deixou herdeiros na política. Certamente não era nenhuma unanimidade - conheço alguns colegas que apontam alguns equívocos em sua postura, mas, mesmo esses, não deixam de reconhecer suas qualidades como homem público que honrou com dignidade a função, desenvolveu políticas de inclusão social importantes para parcelas significativas da sociedade pernambucana, defendeu com brio os valores da democracia, além de ser um nacionalista convicto. Volto a repetir, não deixou herdeiros na política, nem mesmo entre a sua nucleação familiar. Confesso meu grande respeito pelo Dr. Miguel Arraes, figura que aprendi a admirar ainda criança, como aquele político que olhava pelos mais humildes. Essa admiração não mudou uma vírgula ao longo dos anos. Em 2006, o "Galeguinho" apresentou-se às urnas como o seu herdeiro, realizando uma campanha modesta, visitando, depois de eleito, a Ilha de Deus, uma zona de exclusão social do Recife. Naquele momento, emblematicamente, passava a ideia de que a "sensibilidade social" seria um dos motes do seu Governo. Logo, levado pelas contingências e ambições pessoais, seguiria outros rumos. Não preciso me alongar muito sobre o assunto. É suficiente observar os indicadores de IDH do Estado, que caíram durante o seu Governo. Agora aparece um "engomadinho", cevado no Campo das Princesas, candidato ao Governo, apresentando-se às urnas como seu "neto", adotando um discurso nos moldes da luta de classes, invocando a figura do bom e mal patrão ou, mais precisamente, entre capital e trabalho. Isso não tem mais cabimento por uma razão simples: Nessas eleições, a rigor, em Pernambuco, por inúmeras razões, esse discurso não cola. Colava numa época em que o Dr. Arraes representava, de fato, o trabalhador rural - com eles identificados até a medula - e o outro lado era representado por usineiros à semelhança de um Múcio Monteiro, hoje um aliado de primeira linha do staff político hegemônico do Palácio do Campo das Princesas. É por essa e outras razões que percebe  a ausência de um discurso político convincente do candidato.

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