pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Com Matuto ou sem Matuto, na realidade, Paulista precisa de um choque de república.
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domingo, 6 de julho de 2014

Com Matuto ou sem Matuto, na realidade, Paulista precisa de um choque de república.








Pelas redes sociais, começou a circular a notícia sobre uma possível cassação do mandato do prefeito de Paulista, Júnior Matuto. A cassação já teria sido recomendada pelo procurador João Bosco, do Ministério Público Eleitoral Federal, aguardando uma posição definitiva do pessoal do TRE(PE).  A notícia ainda não foi confirmada, mas, se confirmada, criaria um verdadeiro tsunami político na cidade. Havia denúncias de irregularidades há muito tempo apontadas pela oposição, principalmente pelo candidato Sérgio Leite(PT), que perdeu aquelas eleições. Uso da máquina, propaganda irregular, compra de votos. O menu é longo. Dizem que o montante de provas arroladas é um verdadeiros calhamaço, de fazer inveja àquelas teses de doutoramento de antigamente. Quem nos acompanha com regularidade sabe que já externamos nossa opinião a esse respeito, até mesmo antes das eleições, quando criamos um grupo de discussão para debater os problemas da cidade. Infelizmente, a cultura política do município ainda não passou da fase do clientelismo, da ausência de debates sérios, da troca de favores e práticas do gênero. Paulista é um palco para manobras escusas de todas as matizes. Até o plano diretor da cidade foi mudado para atender a um grupo privado de investimentos imobiliários que, gradativamente, vai destruindo o que restou das matas tropicais da cidade. Sempre foi assim. Na década de 40, quando se pensava  na autonomia política/administrativa do município, emancipando-se de Olinda, de quem já foi distrito, até uma raposa como Agamenon Magalhães - que não tinha nenhum compromisso com a democracia - considerava incoerente conceder o título de cidade ao distrito, sem antes promover uma reforma agrária. O município era, na realidade, um grande latifúndio da família Lundgren. O Legislativo Municipal, se nos permitem, é outro desastre.  Para tanto, basta observar a composição de sua Câmara de Vereadores, composta por personagens do tipo,  fulano da prestação, Bio do pagode, beltrano do gás, Milsinho filho da irmã Maria...é uma história. Não vai aqui nenhum preconceito, mas fica evidente a base de sustentação política dessas lideranças e, consequentemente, suas plataformas políticas. Aqui pelas redes sociais, já tentamos provocar o debate inúmeras vezes. Em vão. Quantas provocações sobre o andamento das políticas públicas para a área de educação, do meio ambiente, das intervenções urbanas.... Nada suscitou no Poder Público Municipal aquela preocupação republicana em responder às demandas da população, representada, neste caso, por um filho da terra, menino de vila operária, criado nas matas do frio, que nunca transferiu seu título de eleitor do município. Do ponto de vista social e econômico, Paulista é um município bastante fragilizado, carente de obras estruturadoras. Vai muito mal nos principais indicadores sociais. Seus gestores, não vejo exceção, nunca assumiram o cargo imbuídos do espírito de servir ao público. Até recentemente, tivemos ali dois mandatos de uma gestão socialista que sequer foi capaz de resolver o problema do fardamento escolar do alunado da rede municipal. Até recentemente, os alunos estavam fazendo uma espécie de rodízio - iam uma semana, não iam na outra - o que levou uma bem-humorada internauta a comentar que conhecia rodízio de chopp, de pizza, carnes, mas de alunos seria algo novo. Júnior, é bem verdade, não pode ser responsabilizado pelos graves problemas de infraestrutura do município. A questão é bem mais complexa. Se há provas contra a sua conduta irregular, então é muito bem-vinda essa cassação, embora a medida, infelizmente, no nosso entendimento, não mudará o quadro de forma significativa. Com Matuto ou sem Matuto, caso o novo gestor não assuma o compromisso de implantar no município um choque de republicanismo, a coisa pública continuará como uma grande negociata entre raposas antigas e novas raposas. Apenas isso. 

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