pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Sartori: Quando a direção sindical não representa a categoria; secretário de Hadda fala em "sabotagem".
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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sartori: Quando a direção sindical não representa a categoria; secretário de Hadda fala em "sabotagem".

publicado em 21 de maio de 2014 às 12:37
Foto Nelson Antoine
terça-feira, 20 de maio de 2014
Sindicatos comandados por pelegos cada vez menos representativos
Motoristas cruzam os braços em São Paulo sem apoio do sindicato da categoria.
Na semana passada os motoristas e cobradores de ônibus do município do Rio de Janeiro fizeram dois dias de greve. Foi um movimento não encampado pelo sindicato da categoria, que já tinha negociado com os proprietários das empresas de ônibus e inclusive aprovado em assembléia um índice de aumento que uma parte significativa da categoria não aceitou e resolveu se organizar em uma greve paralela, utilizando-se de piquetes, fechamento de vias de acesso, terminais e garagens.
Esta situação também se repetiu ontem, 20/05, em São Paulo, depois que uma parte dos trabalhadores não concordou com o acordo firmado entre trabalhadores e patrões e partiu para uma paralisação organizada em um movimento espontâneo paralelo, que acabou por causar um verdadeiro caos no município.
Em ambas situações as autoridades municipais foram “pegas” de surpresa.
Alguns anos atrás acompanhei uma eleição para o sindicato dos condutores em Campinas. A oposição estava muito bem organizada, só era possível ver a campanha eleitoral deles na rua, não aparecia nada da situação, tudo parecia indicar que a oposição seria vitoriosa.
Depois fiquei sabendo pelos motoristas e cobradores da chapa de oposição que nos dias da eleição apareceram motoristas e até mesmo pessoas se dizendo motoristas, que eles nem sabiam que existiam. Resultado: a situação saiu vencedora.
Os membros da oposição denunciaram aquilo que seria a fraude, mas não aconteceu nada. Faz tempo que a imprensa faz o jogo dos proprietários das empresas de ônibus.
As oposições sindicais se organizam e vencem as eleições, porém não levam, porque são “derrotadas” por arranjos ilegais.
Assim, pelegos que não representam  mais a totalidade da base dos sindicatos que comandam, permanecem negociando em nome de uma categoria de trabalhadores, que na realidade quer vê-los pelas costas há muito tempo.
É exatamente isso que está acontecendo com os sindicatos dos condutores de São Paulo e do Rio de Janeiro.
As manifestações de junho e julho do ano passado mostraram que significativos setores da sociedade brasileira estão cada vez mais descrentes em governos, instituições e representações sociais no Brasil.
Nesse quadro, os sindicatos também estão inseridos, principalmente aqueles comandados por pelegos que perderam o rumo da história e teimosamente, de forma oportunista se negam a deixar o poder.
A perda de controle sobre a base sindical por parte dos pretensos dirigentes dos sindicatos dos condutores em São Paulo e no Rio de Janeiro é um sintoma desse novo momento que a sociedade brasileira vive.
Cansados de serem traídos e passados para trás os motoristas e cobradores estão partindo para fazer valer seus direitos com “suas próprias mãos”.
Simplesmente ignoraram o papel histórico e institucional de seus sindicados porque estes já há muito tempo não representam nada.
As autoridades públicas, principalmente na esfera municipal, terão que se adaptar à nova realidade e passar a buscar interlocução junto a estes novos líderes.
Caso contrário, continuaram sendo pegas de surpresa por movimentos espontâneos que são decorrentes da frustração de trabalhadores que, cada vez mais, perdem a confiança em seus sindicatos.
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Diretoria é surpreendida com atitude de alguns trabalhadores (as)
A direção do Sindicato dos Motoristas de São Paulo esclarece que foi surpreendida na manhã de hoje (20/05) com as manifestações realizadas na cidade por alguns trabalhadores (as) que se dizem contrários ao fechamento da Campanha Salarial 2014.
Ontem na Assembleia Geral, que ocorreu no final da tarde, mais de 4 mil trabalhadores (as) compareceram e aprovaram a proposta apresentada que foi de: 10% no salário; ticket mensal de R$ 445,50; PLR de R$ 850,00; melhoria dos produtos da cesta básica (o Sindicato irá determinar as marcas); 180 dias de licença maternidade; fim do Genérico e o reconhecimento da insalubridade, dando o direito a Aposentadoria Especial aos 25 anos de trabalho.
Além disso, ficou determinado a criação de uma Comissão para discutir outras questões como convênio médico, situação do setor de manutenção, ou seja, dar continuidade na resolução de problemas enfrentados pela categoria.
O Sindicato, através do seu presidente Valdevan Noventa e da sua diretoria, irá verificar de onde partem essas manifestações e o motivo real que levou os trabalhadores (as) a tomarem essa atitude, principalmente porque foi logo após terem aceitado e aprovado a proposta em Assembleia.
Sindicato dos Motoristas de São Paulo
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‘Paralisação de ônibus em SP é sabotagem’, diz secretário de Transportes
Motoristas e cobradores de ônibus mantêm paralisação em São Paulo. Jilmar Tatto diz que ‘líderes não aparecem’
21/05/14 – 7h15
SÃO PAULO – A Prefeitura de São Paulo não deu garantias de que haverá ônibus em circulação na cidade de São Paulo, no fim da tarde desta quarta-feira. Motoristas e cobradores de ônibus mantêm a paralisação do serviço, com bloqueios em trechos de avenidas importantes da capital, como Brigadeiro Faria Lima e Rebouças. A circulação dos coletivos está afetada nas regiões Norte, Sul e Oeste da cidade. Dez garagens de cinco empresas permanecem fechadas. Dez terminais de ônibus estão fechados. O rodízio de veículos está suspenso. O secretário de municipal de Transportes, Jilmar Tatto, não classifica a paralisação como greve, mas como sabotagem, já que “os líderes não aparecem”.
O superintendente Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo Luiz Antônio Medeiros irá à garagem da Viação Santa Brígida, na Vila Jaraguá, na tarde desta quarta-feira, para negociar com os grevistas. Já Tatto, também à tarde, se reúne com o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, para definirem uma estratégia de tirar os ônibus estacionados nas ruas, que atrapalham o trânsito.
– Nunca vi greve depois do dissídio. Teve negociação salarial, teve assembleia e dissídio. Estava resolvido. Soa estranho, os líderes não aparecem – disse Jilmar Tatto em entrevista à TV Globo. Questionado se haverá ônibus para os usuários do transporte público no final do dia, Tatto disse apenas que “espera que isso aconteça e que a cidade não pode conviver com isso”.
Pelo segundo dia, a cidade enfrenta problemas. O engarrafamento às 7h já chegava aos 65 km de lentidão, acima da média para o horário. Neste período, o índice máximo esperado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) é de 47 km de ruas e vias congestionadas. Ao menos oito ônibus parados propositalmente interditam os dois sentidos da Avenida Guarapiranga, na altura da Avenida Guilherme Valente, Zona Sul de São Paulo. O fluxo na via só foi liberado às 6h30.
As empresas Santa Brígida, Via Sul, Gato Preto, Sambaíba e Vip M’Boi Mirim não estão funcionando. A Transpass funciona parcialmente. A Campo Belo, que tinha parado no início da manhã, voltou a funcionar também por volta das 7h. No Terminal Lapa, na Zona Oeste, está bloqueado. Os ônibus continuam estacionados, muitos deles sem as chaves, bloqueando a saída. Motoristas e cobradores que chegaram para trabalhar continuam dentro do terminal.
Por volta das 10h, os motoristas começaram um protesto na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, segundo a CET. Um grupo ocupa duas faixas perto da Rua Cardeal Arcoverde. Outros dois grupos ocupam uma das faixas da Avenida Eusébio Matoso e uma da Avenida Rebouças, na altura da Brigadeiro Faria Lima. Na Zona Sul, a Avenida Pirajussara foi bloqueada por dois ônibus. Também na Zona Sul, no Jardim Ângela, motoristas e cobradores fazem uma manifestação na manhã desta quarta-feira. Eles estacionaram os ônibus e caminham no sentido centro.
Ônibus pichados
Os ônibus no Terminal Lapa amanheceram pichados com a frase “Fora Noventa”, em referência ao presidente do sindicato. Motoristas que apoiam o movimento afirmaram que o sindicato não deu tempo para que a proposta fosse analisada.
– Esse acordo é deles e não nosso. Ninguém teve tempo de analisar. Esse sindicato não nos representa – afirmou um motorista, que pediu para não ser identificado.
A assistente de logística Roseli Carvalho de Sousa, 40 anos, saiu de casa em Osasco, Grande São Paulo, às 5h e até às 8h20 ainda não havia conseguido chegar ao trabalho, na rodovia Anhanguera.
Ela reclama dos transtornos: — A gente entende que eles estão no direito deles de exigir aumento, mas quem sempre paga o preço somos nós.
A CET informou que o rodízio de veículos está suspenso e carros com placas finais 5 e 6 podem circular.
Desde a terça-feira, a cidade enfrenta o caos no transporte rodoviário, os problemas começaram quando um grupo de trabalhadores descontente com o acordo assinado entre o sindicato da categoria e empresários bloquearam as vias e obrigarammotoristas que estavam trabalhando a abandonar veículos nas ruas.
Eleição no sindicato teve tiroteio
Em julho do ano passado, o Sindicato dos Motoristas de São Paulo suspendeu, por uma semana, a eleição de seus diretores. Os sindicalistas estavam na sede para retirar as urnas, mas houve confusão, tiros e a eleição terminou com oito pessoas feridas. Na época, o presidente era Isao Hosogi (Jorginho), que disputava com Edivaldo Santiago da Silva e Valdevan Noventa. Noventa é o atual presidente.
PS do Viomundo: Este é um fenômeno a ser estudado. Greves espontâneas pipocaram nas obras das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, de trabalhadores que não eram ou não se viam representados por lideranças. No Rio, o mesmo se deu com os garis da Comlurb. Será descrença em lideranças? Gente insuflando o caos? A ver.

(Publicado originalmente no site Viomundo)

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