pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Cais José Estelita: O urbanista do Recife é o capital
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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Cais José Estelita: O urbanista do Recife é o capital



(Isso corre o risco de acabar...pode?)

Na calada da noite, a construtura Moura Dubeux iniciou o processo de demolição dos armazéns do Cais José Estelita, para inicio de um mega projeto imobiliário. Aconteceu de tudo. "Carteirada" de vereador; agressões aos militantes que para lá se dirigiram com o intuito de protestarem; especulações sobre a lisura do alvará que autoriza a demolição; a evidente promiscuidade entre poder público e iniciativa privada quando está em jogo investimentos imobiliários no Recife e, pasmem, até mesmo aqueles que estão batendo palmas para o ocorrido, festejando um Novo Recife que vem por ai. A atitude do vereador Raul Jungmann - muito elogiada até mesmo por militantes de esquerda - não merece a nossa aprovação, posto que se trata de uma atitude de puro oportunismo político. Na realidade, como bem descreveu um colega, Raul é uma espécie de personagem à procura de alguém que o leve a sério. Impressionante o contorcionismo político desse cidadão. Sua "carteirada", observo, está sendo muito criticada pelas redes sociais. O "cale a sua boca" - dirigido, segundo dizem, pelo vereador a um segurança que trabalhava no local, em qualquer circunstância, não pega bem. A advogada do grupo "Direitos Urbanos", Liane Cerne, já  estaria tomando as providências atinentes ao militante do grupo que teria sido agredido pelos seguranças da Construtora Moura Dubeux. Fica escancarada uma relação profundamente lesiva ao interesse público, estabelecida entre iniciativa privada e poder público. A engenharia é perversa, passando por cima de ideologias e qualquer coisa que o valha. Agora se discute, como se isso fizesse muito sentido, o fato de que essas negociações foram iniciadas pela gestão do PT, passando pelo PSB. Na realidade, trata-se, lembrando Gilberto Freyre (com Y) de uma inhaca residual presente na gestão pública brasileira. Difícil de remover. São licitações viciadas, nomeação de pessoas de confiança desses grupos privados para os chamados "conselhos", indicações de DAS para atuarem na administração pública, além de outros expedientes que preferimos nem comentar. Soma-se a isso os "coxinhas" de plantão, que ocupam seus espaços na imprensa para aplaudirem essas atitudes. Logo, logo, Recife será reservada apenas para aqueles cidadãos-consumidores, com acesso aos bens de consumo, protegidos pelo Pacto pela Vida. No contexto de uma política higienista, sua população mais empobrecida, gradativamente, vem sendo "tangida" para a periferia. É profundamente lastimável que o poder público - que deveria zelar pelos cidadãos consumidores ou não-consumidores - faça esse jogo nojento dessa nova face imposta pelo capital. Bem afirmou aquele grafiteiro, num muro do Hospital Ulisses Pernambucano: O urbanista do Recife é o capital.

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