pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Em Pernambuco, tira-se dos pobres para dar aos ricos. Que malvadeza.
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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Em Pernambuco, tira-se dos pobres para dar aos ricos. Que malvadeza.


Quando garoto, sentia uma enorme simpatia por Robin Hood, o herói mítico inglês, um fora-da-lei que roubava da nobreza para dar aos pobres. Cresci e ele continuou permeando nosso imaginário. Outro dia ri bastante ao ler num artigo uma brincadeira feito pelo articulista, afirmando que um determinado governo praticava uma espécie de política hobinhoodiana às avessas, ou seja, sua política fiscal estava tirando dos pobres para dar para os ricos. Há controversas sobre se, de fato, Robin Hood existiu. Em todo caso, se analisarmos o enredo e o contexto em que ele viveu vamos concluir que, de fato, o grande ladrão da história era o governo inglês, à época do Rei Ricardo Coração de Leão e seus afilhados, que impunham uma carga tributária insustentável aos súditos. Isso vem a propósito da política de incentivos fiscais adotadas pelo Governo do Estado, que ontem mereceu uma artigo da Procuradora Noélia Brito, publicado no blog do Jamildo. Antes já havia lido, pelo menos, três outras reflexões sobre o assunto, todas produzidas por professores da Universidade Federal de Pernambuco. A linha de raciocínio entre esses artigos é praticamente a mesma. Os benefícios que a população do Estado poderia auferir dessa renúncia fiscal são duvidosos, quando não essencialmente negativos, invertendo a lógica hobbihoodiana, ou seja, os mais fragilizados socialmente estão pagando a conta. Deixo os números para os economistas, mas um jornal do Sudeste já demonstrou - com todos os gráficos - essa relação, comparando-os com indicadores sociais básicos como saúde, educação, habitação. Pernambuco vai mal de índice de desenvolvimento humano. Nosso indicadores sociais até caíram nos últimos anos apesar dos festejados PIBs. É uma lógica perversa. Criam-se essas zonas específicas, cedem-se terrenos e patrimônio do Estado, adotam-se políticas de renúncia fiscal, estabelecem-se relações perigosas entre esfera pública e privada, aprovam-se projetos ambientais danosos, não se prevê nada em termos de aportes sociais, salvo supostos empregos, que normalmente não são preenchidos pela população local em razão da pouca qualificação. Essas benesses não se aplicam os pequenos comerciantes e sulanqueiros dos pólos de confecções do Estado, vítimas de aumentos de impostos, apreensão de mercadorias e coisas do gênero. Comenta-se que o candidato ao governo indicado pelo Campo das Princesas foi hostilizado ao fazer uma visita a esses pólos. É bem verdade que essa "guerra fiscal" é adotada em todos os Estados, inclusive no plano federal. O Estado, no entanto, perece ter carregado na tinta. Até recentemente, o atual governador revogou medidas que beneficiaram grandes empresas, acordos celebrados no Governo passado. Momento houve em que esse mesmo governo precisou retirar recursos de programas sociais para honrar compromissos com empreiteiras. Há alguma coisa errada aqui, Quando comentamos sobre os problemas sociais da cidade de Goiana, Mata Norte do Estado - que conheço-os bem - escalaram um emissário para divulgar nas redes sociais que eu era contra a instalação da Fábrica da Fiat. Um raciocínio deliberadamente equivocado e com propósitos escusos. O que incomoda essa gente - que recebe esses executivos em Palácio e vão àquela cidade epenas usufruir de suas praias e celebrar convênios - é que aquela gente - que conhece nosso humilde trabalho - sai em nossa defesa. Esse pessoal do Palácio precisa tirar o salto alto urgentemente. Cada dia eles ficam mais encaracolados. Deram um tiro no pé e perceberam que estão num caminho sem volta. Prepara o lombo, "Galeguinho".

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