pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: outubro 2013
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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Tijolaço: Lula chama para si confronto com Eduardo Campos.

31 de outubro de 2013 | 11:20
Lula, que de bobo não tem nada, está se movimentando para obstruir aquilo que pode vir a ser, de fato, um prejuízo eleitoral para Dilma Rousseff em 2014: que a dupla Eduardo Campos-Marina Silva possa envolver parte do eleitorado nordestino e, de uma maneira mais ampla, popular.
Porque, com tudo o que aprendeu, sabe que a direita – a verdadeira – está empacada num discurso velho, passadista e, por isso, traz na testa o estigma de um tempo que o povo brasileiro sabe que não quer reviver.
Deve-se a isso dois dos últimos movimentos do ex-presidente.
O primeiro, o de evidenciar a “conversão” de Marina Silva às ideias neoliberais. O “pito” que lhe deu ontem, dizendo que ela “esqueceu” que a “estabilidade econômica” de Fernando Henrique quebrou o país três vezes.
Marina escafedeu-se do debate, obviamente desavantajoso para ela, dizendo que “não tem pressa” de responder a Lula, quando, na verdade, não tem com que responder, a não ser com uma vaga citação à “Carta ao Povo Brasileiro” feita por Lula, num momento em que o país batia – com a tal estabilidade e tudo – às portas do FMI, insolvente.
O segundo movimento de Lula provocou furor, ontem, em Pernambuco, com a veiculação, no Blog de Jamildo, no Jornal do Commercio, de um vídeo (veja no fim do post) com apenas uma frase de Lula, à saída de uma solenidade na Câmara Municipal:
 - Eu quero dizer aos meus companheiros de Pernambuco que logo, logo, eu estarei lá
Bem, vocês imaginam o quanto isso apavorou a turma de Campos.
O imenso peso do prestígio de Lula no estado – o seu estado natal, aliás – vai causar danos de difícil reparação ao ponto mais forte do currículo de Eduardo Campos: o de querer apresentar-se como um governador otimamente avaliado pelos pernambucanos.
Sem o voto pernambucano, Campos vira um general sem tropa, e não é por outra razão que a Marina da “nova política” fez ginástica para dizer que a aliança dele com 14 partidos – e as devidas repartições de cargos – não é fisiologismo, como diz que são todas as outras.
Este é o “probleminha” da dupla Campos e Marina, o sinal que trazem na testa e que não se lhes pode apontar.
Não é a primeira vez que cito, mas repito a frase do velho Brizola: A política ama a traição. Mas, logo, abomina o traidor.

Fernando Brito, no site Tijolaço. 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Tijolaço: Apesar dos problemas, João Paulo continua "zen".

Estou convencido a entrar nessa tal meditação de João Paulo no próximo ano. Nunca vi algo tão positivo. O PT profundamente dividido, com os ânimos acirrados, próximo a uma PED. Um quadro político complicado no Estado, onde se faz necessário a articulação de uma chapa oposicionista competitiva, capaz de enfrentar o candidato escolhido pelo Campo das Princesas, ancorando o palanque de Dilma na província. João Paulo, por sua vez, muito zen e até arriscando alguns prognósticos. "se for convocado, assumo a missão". Por alguma razão, ele ainda acredita na possibilidade de Eduardo Campos voltar a apoiar o projeto de releição de Dilma, "zerando o jogo no Estado". O candidato da Rede/PSB não é Eduardo e sim Marina. Uma tranquilidade. Viva a meditação.

Tijolaço do Jolugue: Elio Gaspari: Falta carne na receita da Rede/PSB




Se, como afirma o jornalista Elio Gaspari, em sua coluna de hoje, no Globo, falta carne na receita do PSB/Rede, possivelmente a teremos de sobra quando Lula vier "morar em Pernambuco" para emendar o bigode com o governador Eduardo Campos, conforme ele afirmou recentemente, num encontro em Brasília. Criado com carne de charque gorda -dessas que "choram" no brazeiro - e preás capturados no quixó, conforme estivemos afirmando outras vezes pelo blog, Lula, de fato, é um bom garfo. Na década de 80, quando vinha ao Estado, sempre dava um jeitinho de matar a saudade da tradicional gastronomia pernambucana, debaixo do sombreiro de um alpendre ou de uma gameleira, em algum recanto interiorano. Nos bons tempos da relação com Eduardo Campos, as orgias gastrnômicas se davam na residência do governador, no bairro de Dois Irmãos. Parafraseando Elio Gaspari, de fato, como diria um bom nordestino, falta sustância nessa união entre Eduardo e Marina. Se o problema fosse apenas de carne, até que o Caiado poderia resolver, uma vez que está sendo tentada uma reaproximação entre eles. Como você mesmo sugere no artigo, Gaspari, existe aí um joguinho de palavras difíceis, pouca clareza ou objetividade. Ontem mesmo começaram a surgir as primeiras zonas de atrito entre o modelo de crescimento expansionista do PSB e as preocupações de sustentabilidade da Rede. Muito alface e pouco pirão. No final, tem-se a impressão de um estômago vazio. Mesmo com o colesterol alterado, prefiro dividir uma rabada com Lula no Mercado de São José. Dilma também será bem-vinda.

Tijolaço do Jolugue: Por onde anda o senador Aécio Neves?


Muito pertinente a questão colocado pelo jornalista Fernando Brito, do site Tijolaço, sobre o candidato Aécio Neves. Afinal, por onde anda Aécio Neves? Aécio sempre foi muito cobrado por Fernando Henrique Cardoso, em torno de uma "projeção nacional". O tucano de bico longo exigia que ele, Aécio, passasse a assumir uma posição em torno dos grandes temas nacionais. Registre-se, ele até chegou a fazer alguns pronunciamentos no Congresso nesse sentido, sobretudo a partir do momento em que a candidatura de Dilma Rousseff estava sendo definida. Embora, de fato, haja alguns problema com o candidato, sabidamente, Aécio carrega um fardo pesado. Até bem pouco tempo Serra estava isolado. Ganhou fôlego novo, como lembra Brito, depois das últimas pesquisas, onde aparece em condições de jogar o certame para um segundo turno. Concretamente, no momento, pelo andar da carruagem política, restaria ao mineiro o papel de coadjuvante. A união entre Marina e Eduardo Campos - raciocinada, no início, como uma possibilidade de tirar votos de Dilma e fortalecer o mineiro - na realidade, embolou o meio de campo das eleições. A definição do nome da cabeça de chapa na aliança Rede/PSB é outra incógnita a ser decifrada. Se, por uma lado, não se observa, pelas pesquisas, Marina transferindo votos para Eduardo, ela mesma pode ser a ungida, como muitos acreditam. Outro dia até comentamos que, apesar da idade, Serra tem mais tesão do que o mineiro. Isso não se pode negar. Diferentemente do que ocorre num dos Estados da Federação onde o neto parece ter desenvolvido o "raposismo" melhor do que o avô, nas Alterosas não ocorre o mesmo, embora não se possa afirmar que ele seja, necessariamente, um ingênuo.

Tijolaço do Jolugue: PSB/Rede: primeiras divergências sobre meio-ambiente.


No dia de ontem publicamos no blog um artigo do professor Michel Zaidan sobre as dificuldades programáticas enfretadas pelo pessoal da Rede e do PSB, que estão organizando seminários em todo o país, exatamente com o objetivo de afinar a orquestra. Com a sua conhecida verve satírica, o professor até brincou, afirmando que verde no PSB só se for a cor da propaganda da candidatura de um ou de outro, uma vez que, cada dia, crescem as especulações em torno da cabeça de chapa dessa união. Pois bem. Vazou para o Painel da Folha de São Paulo as primeiras divergências entre os integrantes das duas legendas. A proposta para energia e saneamento apresentada pelo ex-ministro Fernando Bezerra Coelho não agradou em nada a acriana, que reclamou que elas não eram nada 'sustentáveis". O ex-ministro teria contra-argumentado que seria necessário apresentar uma proposta do agrado dos empresários. Bem ao estilo do que vem sendo feito em Pernambuco, provavelmente.

Tijolaço do Jolugue: Encontros Progrmáticos PSB/Rede. Convidaram o Caiado?


PSB e Rede já teriam definido sua agenda de Encontros Programáticos, que estão divididos por áreas temáticas. No Rio, vão discutir cultura, no Rio Grande do Sul, educação. Debates acaloradas deverão ocorrer nas regiões Norte e Centro-Oeste do país, onde estão previstos os encontros sobre meio-ambiente a agronegócios. Depois de conversar com Marina, Eduardo teria montado uma estratégia de reaproximação com os ruralistas, entre eles Ronaldo Caiado, com quem já teria entabulado uma aliança em Goiás. Declarações de Marina Silva, por sua vez, provocaram um extremecimento entre Caiado e Eduardo. Penso que ambos, sobretudo Eduardo Campos, deve ter ponderado sobre o prejuízo eleitoral de uma indisposição direta com os ruralistas. A bancada é forte, influente e bastante articulada. Logo em seguida, depois das declarações contundentes de Ronaldo Caiado sobre o episódio, tanto Eduardo quanto Marina tentaram colocar panos mornos sobre o assunto. É a realpolitik, meu filho.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Camaleões!

Camaleões!!!

Ontem, ao publicarmos um post sobre as grandes dificuldades programáticas entre a Rede e o PSB, ilustramos a matéria, salvo engano dos tempos de criança, com um cameleão em cima de um muro. Nada mais emblemático para ilustrar o drama da definição de uma agenda ambiental pelas duas legendas. Apenas menos emblemático do que o traço do cartunista Aroeira.

Michel Zaidan Filho: Desencontro programático

Desencontro programático - Michel Zaidan Filho

Foto: Agência Brasil

Anuncia-se que esta semana o PSB se encontra com o Partido Rede Sustentabilidade, da irmã Marina Silva, para um acerto de programas entre as duas legendas. Imagina-se que deve ser inadiável esse encontro, em função das enormes diferenças de princípios, prioridades e idéias entre a líder pentencostal da Assembléia de Deus e a raposa pernambucana. Desde a reação dos confrades de Marina à sua entrada no PSB às discordâncias de altos próceres da base aliada do governador, em relação à sua candidatura à presidencia da República,  aguardava-se um momento de explicitação das bases desse acordo que surpreendeu a muitos. Além de terem em comum sua oposição ao governo petista,  e de terem se promovido publicamente às custas do petismo, o que podem trocar entre si um e outro?

Com certeza, a contribuição do PSB a esse debate será a agenda gerencial de governo, a chamada administração por metas, também conhecida pelo nome "neo-taylorismo social", fazer  mais com menos, choque de gestão ou de modernidade administrativa, como queiram  chamar. Vai ser gozado ver o governador ensinar a  Marina como transformar a natureza, as reservas ambientais, unidades de conservação, zeis e prezeis em trunfos para a instalação desregulada de empresas montadoras internacionais ou como autorizar a instalação de grandes empreendimentos comerciais em área de mangue sem o relatório de impacto ambiental ou ainda como decapitar partido e Ongs ambientalistas, cooptando seus chefes para o governo estadual. Certamente a ex-presidenciável tem muito a aprender com o chefe do PSB em matéria de "raposismo"  ou "metaformose" política. Logo ela vai saber que o "verde" só entra, apenas, no port-fólio das empreiteiras e agências de turismo de Pernambuco.

E Marina, o que  vai apresentar ao PSB como contribuição programática? Certamente vai falar de desenvolvimento sustentável, socialmente justo, economicamente equilibrado. Que o governo do PSB transforme os chamados "Polos de desenvolvimento" em ilhas de irradiação de riqueza e emprego, beneficiando às áreas contíguas, em vez de serem meros nichos de competitividade integrados na globalização dos mercados.  Vai dizer que a preservação da natureza é um dever da nossa geração com as seguintes e que ninguém pode dispor dela como se fosse alguma que estivesse "aí, grátis". Que a valorização capitalista do meio-ambiente é sinônimo de entropia e destruição. Que nenhuma modelo de crescimento economico apoiado em mera renúncia fiscal, grandes empréstimos subsidiados e favores governamentais a empresas e negócios pode redistribuir renda. E que o pacto federativo não é uma mera figura de retórica, para ser usada em épocas de campanha eleitoral.

Na verdade, esse esperado encontro de agendas tem  tudo para ser uma "embromação" de parte a parte. O lema: fazer mais e melhor deve  ser traduzido como não mistura água com vinho ou como vender fumaça a incautos e desavisados.

Tijolaço do Jolugue: Será que é ele?


Assim que o ex-deputado federal Maurício Rands voltou do seu "exílio' na Europa, depois de se desencantar com a política, como ele mesmo afirmaria, publicamos um post em nosso blog sobre as especulações em torno do seu nome como possível candidato do Governo do Estado, pelo PSB, numa escolha pessoal do governador. A postagem tornou-se campeã de popularidade, figurando há várias semanas como a mais lida. Hoje li na crônica política pernambucana que alguns próceres petistas passaram a considerar essa possibilidade, argumentando, inclusive, seu trânsito nacional e o famoso grau de parentesco com o governador, uma variável até então desconsiderada, exceto em relação à esposa do governador, Renata Campos, um nome que chegou a ser aventado. Como afirmamos ontem, o leque de opções estão se estreitando. Pelas razões já expostas - e publicadas no blog - há motivos para não acreditarmos na prevalência do "técnico" sobre o "político".

Tijolaço do Jolugue: O discurso ácido de Agnaldo Ribeiro contra a dupla Eduardo/Marina



Embora recheado de contradições internas, como já enfatizamos, o Governo Eduardo Campos insiste no mantra da "Nova Política". Naturalmente, trata-se de algo que não se sustenta. Pelo andar da carruagem política, em 2014 teremos uma guerra do "Novo". O Governo Dilma bate na tecla do "Novo Brasil". Em recente cerimônia no Palácio do Planalto, coube ao Ministro das Cidades, Agnaldo Ribeiro(PP), fazer um duro ou, como diria sua assessoria, ácido discurso contra a dupla Eduardo Campos/Marina. Agnaldo alimenta a possibilidade de viabilizar uma candidatura ao Governo da Paraíba, através de um "blocão", se possível, com o apoio de Dilma Rousseff. A crônica do jornalista Tião Lucena, no site do www.politicapb.com.br é sobre o assunto, como sempre, recheada com suas tiradas impagáveis. Como diria Tião, ácido mesmo somente as nossas frutas tropicais utilizadas para tirar o gosto da lapada de cachaça. 

Tijolaço do Jolugue: Atraso na entrega das cisternas: logística ou sabotagem?

Agora que o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, descolou-se de vez do Planalto, a presidente Dilma Rousseff recomendou um pente-fino para identificar os reais motivos do atraso na entrega das cisternas prometidas para a população nordestina, onde se concentra o seu principal reduto eleitoral. O atraso na entrega - assim como ocorre com as obras de transposição das águas do Rio São Francisco - é gigantesco. O ex-ministro argumenta que se trata de um problema de logística, mas o Planalto começa a desconfiar da possibilidade de sabotagem. Há alguns meses atrás, as políticas do Governo Federal na região era disputada palmo a palmo com as políticas do Estado comandado pelo governador Eduardo Campos. Não raro, ações eram realizadas nas mesmas localidades, gerando um claro conflito de interesse.

Tijolaço do Jolugue: Pernambuco não é uma ilha de "Nova Política", Marina.

Confesso que por vezes ficamos preocupados com alguns pronunciamentos da senhora Marina Silva. É mais do que evidente que os padrões das alianças de Eduardo Campos, em nenhuma hipótese, poderiam ser classificados como "Nova Política". A estratégia trata-se, tão somente, de uma jogada de marketing, possivelmente concebida por algum dos seus assessores. Não resiste à menor verificação, quando comparada às suas alianças nesses dois últimos governos e, muito menos, à sua decantada gestão eficiente da máquina, comandada por uma legião de DAS, quando o republicano seria o instituto do concurso público. Isso apenas para ficar nesses dois aspectos. De fala mansa, por vezes a acriana demonstra uma ardilosidade incomum. A maioria dos coronéis das oligarquias políticas pernambucanas que integram o Governo Eduardo são velhos conhecidos da ex-ministra e ex-senadora, que com eles conviveu em Brasília. Que história é essa de que em Pernambuco se pratica a "Nova Política"? Ela vai precisar, realmente, de muita "manha" para justificar certas posturas.

Tijolaço do Jolugue: Rede e PSB: Encontro Programático em ritmo de eleições.

No dia de ontem, ocorreu o Primeiro Encontro Programático envolvendo a Rede e o PSB. Possivelmente entrará para o folclore político uma informação obtida pelo blog, a partir do Painel da Folha de São Paulo, sobre a dinâmica adotada pelos organizadores do seminário. Formados por grupos temáticos, em certo momento, uma bolinha de tênis era posta nas mãos de uma espécie de sistematizador de cada grupo. Apenas ele poderia falar. Muito mais do "afinar a orquestra", esses seminários assumem um claro objetivo de campanha eleitoral antecipada. Tanto é assim que, segundo ainda o Painel, a cineasta Tizuka Yamasaki acompanhou todo o encontro, obtendo imagens que poderão serem utilizadas durante as eleições.
Foto

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Deus te livre de uma ideia fixa, Serra.

Não se pode dizer que Serra não seja um obstinado. Mesmo diante de imensas adversidades no ninho tucano, ainda alimenta a possibilidade de ser convocado para entrar em campo, em razão das circunstâncias. Apesar da idade, tem mais tesão do que um conhecido senador mineiro. O candidato é esse tal senador mineiro, mas Serra, de fato, caminha mais do que ele. É como se fosse ele o candidato. Serra consegue enxergar oportunidades onde outros apenas observam problemas. Aparentemente isolado na legenda tucana, as últimas pesquisas de intenção de voto para a presidência da República trouxeram ânimo novo ao eterno candidato. Isso prova que o seu capital político não seria nada desprezível, sobretudo para alguns setores da elite conservadora. Talvez por isso mesmo o senador Aécio Neves confessou outro dia que empreende todos os esforços para engajá-lo em sua campanha. Grande equívoco. Serra só apoia ele mesmo. Ninguém tira dele essa ideia fixa de tornar-se presidente da República.

Tijolaço do Jolugue: I Encontro Programático entre Rede e o PSB. Como eles estão se arranjando em relação ao meio-ambiente?

Neste momento, lideranças e militantes da Rede e do PSB estão reunidos para a realização do primeiro encontro programático. A dinâmica consiste na formação de pequenos grupos temáticos que, depois, debaterão suas ideias junto a um grande grupo sistematizador. Gostaria muito de saber como eles estão se arranjando nos debates sobre o meio-ambiente, sabidamente uma área traumática para o Governo do Estado. Não vou entrar nos detalhes, uma vez que já o fizemos em outras tantas ocasiões. O descaso contra o meio-ambiente não foi corrigido nem mesmo quando o Governo convidou um até então crítico ferrenho da ausência de políticas ambientais do Estado, o empresário Sérgio Xavier, homem de ligação entre Marina e Eduardo Campos. Sérgio faz questão de enfatizar que só entrou no Governo depois da promessa de que seriam respeitados alguns pontos propostos por ele. Pelo andar da carruagem política, temos sérias dúvidas sobre se esses pontos estariam sendo respeitados. Tá aqui um bom debate entre os integrantes da Rede os neo-socialistas ligados ao governador Eduardo Campos.

Le Monde Diplomatique: Odebrecht, uma transnacional alimentada pelo Estado.


Em junho de 2013, o descontentamento social levou os brasileiros a se manifestar em massa nas ruas do país. No alvo, as desigualdades, as condições indignas de transporte, a corrupção e... a transnacional Odebrecht: aos olhos de muitos, a empresa encarna os excessos de um capitalismo de compadrio
por Anne Vigna

Você conhece alguma transnacional brasileira?”, perguntava em 2000 a The Economist. “Difícil, não? Mais do que lembrar o nome de um belga famoso.”1 Estaria a revista britânica querendo fazer graça ou não suspeitava de que os grandes grupos brasileiros entrariam de maneira rápida e espetacular na dança do grande capital? Como a Odebrecht, que é hoje no Brasil o que a Tata é na Índia e a Samsung é na Coreia do Sul.2 Em São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires ou Assunção, é difícil passar um dia sem usar a eletricidade que a empresa produz, as estradas que ela constrói ou o plástico que fabrica.
Geralmente descrita como uma empresa de engenharia de construção, na verdade a Odebrecht foi se diversificando ao longo do tempo até se tornar o maior grupo industrial do Brasil. Energia (gás, petróleo, nuclear), água, agronegócio, setor imobiliário, defesa, transportes, finanças, seguros, serviços ambientais e setor petroquímico: sua lista de atividades constitui um inventário interminável. Mas, embora a brasileira seja a maior construtora de barragens do mundo, com onze projetos tocados simultaneamente em 2012, é o setor petroquímico que gera mais de 60% de suas receitas. A Braskem, “joia” compartilhada com a Petrobras, produz e exporta resinas plásticas para sessenta países.
O grupo – desculpe!, “a organização”, como pede para ser chamada – tem escritórios em 27 países e emprega mais de 250 mil pessoas, sendo 80 mil indiretamente. Em dez anos, seu volume de negócios aumentou seis vezes, passando do equivalente a R$ 15 bilhões em 2002 para R$ 96 bilhões em 2012. “A Odebrecht é um dos grupos brasileiros que mais espetacularmente cresceram nos últimos dez anos, tornando-se de certa forma a espinha dorsal da economia brasileira”, diz João Augusto de Castro Neves, encarregado da América Latina no centro de análise econômica Eurasia Group.
De origem alemã, a família Odebrecht emigrou em 1856, chegando ao estado brasileiro de Santa Catarina para em seguida se estabelecer em Salvador, na Bahia, onde sua empresa familiar foi fundada em 1944. Aos 93 anos, Norberto, fundador, teórico e encarnação da empresa que carrega seu sobrenome, continua sendo o homem por trás do grupo, hoje dirigido pela terceira geração, o neto Marcelo. Aqui, nada muda: a filosofia do chamado “doutor Norberto” seria a chave para o sucesso.
Empresários abalados pelo livre-comércio
“O risco”, diz Marcio Polidoro, porta-voz do grupo, “é crescer rápido demais, e nossos novos integrantes [aqui não se fala em ‘funcionários’] não terem tempo para aprender o que faz a nossa força: a TEO”. TEO? A “tecnologia empresarial Odebrecht”, que “comunidades de conhecimento” são encarregadas de disseminar entre os trabalhadores. A ideia principal desse mecanismo de “transmissão de experiência”: alcançar uma “educação constante por meio do trabalho” entre os “líderes educadores” e os “jovens talentos”. Um modelo de empresa-escola no qual o conhecimento visa menos emancipar do que aumentar a produtividade.
“A organização deve ter uma estrutura horizontal, na qual as decisões e os resultados, em vez de subirem e descerem, fluem e refluem”, escreve Norberto Odebrecht em suas obras completas, publicadas sob o título de Educação pelo trabalho, que cada novo membro contratado é obrigado a ler. Educado por um pastor luterano, primeiro em alemão depois em português, Odebrecht é apaixonado pelos valores morais de sua educação: “O primeiro dever do empresário é cuidar de sua saúde, levando uma vida simples, longe dos prazeres mundanos e dos vícios”, escreve o patriarca. Mas sua máxima favorita continua sendo: “A riqueza moral é a base da riqueza material”.
Sem a intenção de ofender Norberto, o fato é que, tanto no caso da Odebrecht como no da maioria das transnacionais brasileiras, outros fatores pesaram pelo menos tanto quanto a exemplaridade espiritual. A começar pelo Estado.
A partir da década de 1930, sob a liderança de Getúlio Vargas, e durante a ditadura militar (1964-1985), a estratégia de desenvolvimento econômico autônomo e substituição das importações levou o poder a assumir aquilo que o economista Peter Evans chamou de papel de “parteira” na “emergência de novos grupos industriais ou expansão daqueles já existentes rumo a novos tipos de produção, mais arriscados”.3 Construção de barragens, estradas, ferrovias, instalações petrolíferas, usinas nucleares: o “milagre econômico” gerado pelas políticas voluntaristas (e antissociais) da ditadura foi um maná para a Odebrecht.
À sombra do Estado, a empresa conseguiu socializar o custo de seu desenvolvimento tecnológico: os contribuintes pagam mais caro pelos produtos e serviços que o país se recusa a importar. O resultado desafia os pressupostos ideológicos do Brookings Institution, um think tankliberal norte-americano: “paradoxalmente,” o protecionismo brasileiro teria “oferecido uma base sólida para a próxima geração de empresas privadas, voltadas para o exterior e envolvidas na competição globalizada”.4
Quando o “milagre” brasileiro terminou, na virada da década de 1980, os grandes grupos verde-amarelos tinham tecnologia e recursos suficientes para conquistar o mercado internacional. Para a Odebrecht, foram o Peru e o Chile em 1979, Angola em 1980, Portugal em 1988, Estados Unidos em 1991 e, finalmente, o Oriente Médio na década de 2000.
A empresa reencontrou sua relação privilegiada com o Estado quando o ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva chegou à Presidência, em 2003. Para a surpresa de muitos, Lula buscou contatos e apoio dentro de um patronato que, em parte, se sentia meio abalado pelas políticas de livre-comércio de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). E conseguiu.
“Com Lula”, explica Pedro Henrique Pedreira Campos, pesquisador em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “o capital privatizado ao longo da década de 1990 volta para mãos públicas”. Mas sem ser nacionalizado. Como? “Por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES], da Petrobras e dos grandes fundos de pensão,5 o Estado brasileiro está hoje presente em 119 grupos, contra 30 em 1996.” Assim, o grupo Odebrecht pode contar com o dinheiro do fundo de garantia FI-FGTS – que indeniza os desempregados brasileiros e possui 27% da Odebrecht Ambiental e 30% da Odebrecht Transport – ou do BNDES, que desde 2009 controla 30% da Odebrecht Agroindustrial. Por fim, a Petrobras é acionista da Braskem, com 38% de participação. A estratégia do governo brasileiro? Promover “campeões” que possam revelar-se competitivos no cenário internacional.
O “carisma” do presidente Lula e uma nova política externa – menos voltada para os Estados Unidos e a Europa, e mais para a América Latina e a África – também contribuíram para o sucesso internacional dos grupos brasileiros. Ao longo de seus dois mandatos (2003-2010), o presidente Lula viajou, por exemplo, para vinte países da África e abriu o continente a 37 embaixadas e consulados. A cada vez, o BNDES ofereceu empréstimos para as empresas brasileiras ganharem mercados, especialmente contra a concorrência chinesa: “É preciso saber que o BNDES tem um orçamento superior ao do Banco Mundial. E os empréstimos ao estrangeiro são reservados para as exportações de bens e serviços brasileiros. Isso quer dizer que apenas uma empresa brasileira pode conseguir um mercado, mesmo que um Estado estrangeiro vá pagar a conta”, explica Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. Em dois anos, o banco financiou cerca de R$ 5,4 bilhões em projetos realizados pela Odebrecht na África e na América Latina. Qual é a surpresa? A Odebrecht foi encarregada da construção dos principais estádios que vão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014 (Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Salvador) e recebeu os maiores projetos dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro: o complexo olímpico, a nova linha de metrô, a urbanização do porto.
Daí a falar em favoritismo é um passo que muitos analistas não hesitam em dar. A imprensa insiste nas relações privilegiadas entre a família Odebrecht e Lula, na medida em que isso lhe permite alimentar a retórica da corrupção do Partido dos Trabalhadores (PT), único ângulo de ataque do qual dispõe a oposição.
Primeira empresa a apoiar o PT
Autorizada pela lei eleitoral brasileira, a contribuição da Odebrecht ao partido fundado por Lula aumentou entre as duas últimas eleições presidenciais – mas, prudente, a empresa toma o cuidado de financiar todos os grandes partidos políticos, sobretudo nas eleições locais. Em 2006, o grupo desembolsou R$ 7,8 milhões; em 2010, quando Dilma Rousseff foi eleita, a contribuição chegou a R$ 10,8 milhões. Embora o PT não queira nem saber de responder às nossas perguntas sobre esse tema, o atual presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, explicou recentemente à revista Época Negócios: “Somos, sim, alinhados com o governo e não vemos nenhum conflito nisso, afinal, o governo foi eleito e representa o interesse da população”.6
O intelectual uruguaio Raúl Zibechi, que por quatro anos investigou a ascensão do Brasil e seus principais grupos, acredita que há uma “relação muito estreita entre Lula e Emilio Odebrecht, presidente do grupo entre 1991 e 2004. Essa amizade começou na primeira candidatura de Lula, durante a eleição presidencial em 1989, e ao longo dos anos ganhou um caráter estratégico. A Odebrecht foi uma das primeiras empresas a apoiar o PT, numa época em que havia muito poucas ligações entre esse partido e o patronato”.
Para o grupo, essa proximidade não é desinteressada. Em 2006, o presidente do Equador, Rafael Correa, aliado político de Lula, inaugurou com grande pompa a barragem de San Francisco, construída pela Odebrecht com um empréstimo de US$ 241 milhões concedido pelo BNDES. Um ano depois, a central foi fechada por causa de deficiências técnicas graves. Diante da recusa da empresa em reconhecer seus erros, o presidente Correa a expulsou do país, recusando-se a pagar o BNDES enquanto a central não estivesse em estado de funcionamento. Em um gesto qualificado na época de excepcional, o Brasil chamou seu embaixador e rompeu as relações diplomáticas com Quito: “Para nós, foi um desastre, porque nossa relação com o Brasil é vital”, confessa Horacio Sevilla, embaixador equatoriano em Brasília.
O conflito agravou-se durante a cúpula  que reuniu os chefes de Estado da América Latina na Bahia, em dezembro de 2008. A Odebrecht, cuja sede fica exatamente nessa cidade, apresentava-se, em grandes anúncios publicitários oportunamente espalhados ao longo da rota tomada pelos chefes de Estado, como “a empresa da integração regional”. Em uma coletiva de imprensa paralela à cúpula, o presidente venezuelano Hugo Chávez, apesar de aliado de Correa, cutucou a ferida, chamando a Odebrecht de “empresa amiga da Venezuela”...
Mas uma comissão independente no Equador revelou erros técnicos e irregularidades na obtenção do contrato e do empréstimo. A comissão, que investiga vários projetos do poderoso grupo brasileiro, revela um conjunto de “problemas” que custarão caro para o Estado equatoriano: no caso de San Francisco, o orçamento inicial foi ultrapassado em “apenas” 25%; mas, em um projeto de irrigação de 100 mil hectares na província equatoriana de Santa Elena, chegou a ficar 180% maior.7
Pouco importa: foi o Equador que teve de dar o primeiro passo. Quito enviou Sevilla a Brasília para reatar as relações com o Palácio do Planalto. E o pequeno país andino conseguiu um acordo com a empresa: “Todo mundo fez concessões... mas especialmente o Equador”, resume o embaixador. Mais uma vez, no Brasil, nem o Ministério das Relações Exteriores, nem os conselheiros internacionais de Lula na época, nem seu instituto, ninguém quis comentar o episódio.
Lula, um embaixador de alto nível
Encontram-se ambiguidades semelhantes na concessão de um contrato de equipamentos do Comando da Marinha para a construção de cinco submarinos, quatro convencionais e um nuclear. Em 2008, esse contrato de US$ 10 bilhões foi concedido sem licitação pública para a Odebrecht (49%) e a empresa francesa DCNS (50%), ficando o restante para a Marinha. Até 2047, devem ser construídos mais vinte submarinos. Mas esse contrato – que envolve a transferência de tecnologia nuclear francesa – foi apenas o primeiro da Odebrecht no setor armamentício. Em 2010 o grupo aliou-se à European Aeronautic Defence and Space (Eads) para a construção de aeronaves, mísseis e sistemas de vigilância, e em 2011 assumiu o controle da Mectron, maior fabricante brasileira de mísseis.
Simples estratégia de diversificação das atividades? Não é bem assim. Essa incursão no setor de defesa acompanha a política de modernização das Forças Armadas de Lula. Durante o segundo mandato do presidente (2007-2010), o orçamento da defesa aumentou 45%, e foi adotada a Estratégia Nacional de Defesa. Principais beneficiários: a Embraer, na aviação, e a empresa do doutor Norberto, na Marinha.
O terreno tinha sido preparado muito antes da chegada de Lula ao poder: “A Odebrecht forjou valiosos laços com os militares em 1950, através da Escola Superior de Guerra [ESG] do Ministério da Defesa, principal think tankbrasileiro, onde militares e industriais estão lado a lado. A família Odebrecht e vários executivos do grupo passaram por cursos de formação ali, o que facilitou a assinatura de contratos, tanto durante a ditadura como hoje”, conta Zibechi.8 Aliás, o próprio Marcelo Odebrecht destaca que a empresa dissemina, em suas “comunidades de conhecimento”, a mesma doutrina ensinada na ESG:9 uma visão nacionalista do desenvolvimento como vetor de soberania e independência.
“Dadas as dimensões das grandes empresas, cujo volume de negócios muitas vezes ultrapassa o PIB de algumas nações, já não são os países que dispõem de empresas, mas as empresas que dispõem de países”, explicava em 2010 Marcio Pochmann, quando dirigia o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Nessas condições, não há nenhuma outra solução, a meu ver, que não a construção de grandes grupos.”10 Erigida em estratégia econômica, a promoção de mastodontes verde-amarelos tornou-se uma prioridade para o ex-sindicalista.
Essa prioridade parece continuar a mobilizá-lo em sua aposentadoria. Em 22 de março de 2013, a Folha de S.Paulorevelou que metade das viagens de Lula desde sua saída da Presidência foi financiada pelas três grandes construtoras brasileiras: Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa. Telegramas diplomáticos publicados pelo jornal sugerem que essas viagens ajudaram a “vencer resistências” encontradas pelas empresas brasileiras, principalmente em Moçambique, onde parte da população se revoltou contra o deslocamento forçado imposto por uma mina de carvão.11
Para o futuro, os setores identificados pelo grupo como estratégicos estão todos no nicho ligado à expressão “desenvolvimento sustentável”. E o que significa isso, nos quartéis-generais da Odebrecht? Uma mistura lucrativa que envolve energia, água e alimentos.
No Peru, a Odebrecht, pela primeira vez, cavou um túnel através dos Andes, desviou um rio e construiu barragens e lagos artificiais para irrigar uma zona árida. Depois de concluído, o projeto, chamado Olmos, continuou sendo administrado pela Odebrecht, que revende os “serviços” de água, eletricidade e terra para pagar seu investimento inicial (que, como de costume, aumentou com o passar dos meses). As concessões dos primeiros 110 mil hectares foram todas para grandes empresas agroalimentares, cada lote estendendo-se por pelo menos mil hectares − o que torna impossível que os agricultores locais tirem proveito das terras irrigadas, embora o projeto inicial tenha sido concebido em torno de suas necessidades específicas. O grupo não pode ser considerado responsável nem pela concessão de terras nem pelo reassentamento, em um desfiladeiro perigoso, da população deslocada, já que tudo foi feito pelas autoridades peruanas. Também não está provado que sua “relação privilegiada” com o presidente Alan García (1985-1990 e 2006-2011) tenha influenciado a obtenção do contrato. A Odebrecht avalia simplesmente que “respondeu a uma concessão pública, uma necessidade do país, em conformidade com o que considera ser seu papel: estar a serviço da humanidade”, como nos explicou seu porta-voz.
Em uma troca de gentilezas, a Odebrecht ofereceu ao Peru o “Cristo do Pacífico”: uma escultura de 36 metros de altura, réplica do Cristo Redentor do Rio de Janeiro: “A viagem de barco do Cristo durou 33 dias, para celebrar nossos 33 anos de atuação no Peru".

Anne Vigna é jornalista.

Ilustração: Adao Iturrusgarai

1 “Who dares wins” [Quem ousa vence], The Economist, Londres, 21 set. 2000.
2 Ler Martine Bulard, “Samsung ou l’empire de la peur” [Samsung ou o império do medo], Le Monde Diplomatique, jul. 2013.
3 Peter Evans, Embedded autonomy: States and industrial transformation [Autonomia e parceria: Estados e transformação  industrial], Princeton University Press, 1995.
4 Lael Brainard e Leonardo Martinez-Diaz (orgs.), Brazil as an economic superpower? Understanding Brazil’s changing role in the global economy [O Brasil é uma superpotência econômica? Entendendo a mudança de papel do Brasil na economia global], Brookings Institution Press, Washington, 2009.
5 Previ, Funcep e Petros.
6 Época Negócios, São Paulo, n.70, dez. 2012.
7 Relatório final da comissão sobre a dívida equatoriana, 2008.
8 Raúl Zibechi, Brasil potencia. Entre la integración regional y un nuevo imperialismo [Brasil potência. Entre a integração regional e um novo imperialismo], Ediciones Desde Abajo, Bogotá, 2013.
9 ADESG, revista da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, edição especial, Rio de Janeiro, 2011.
10 Marcio Pochmann, “Estado brasileiro ativo e criativo”, IHU, n.322, São Leopoldo, 22 mar. 2010.
11 “Empreiteiras pagaram quase metade das viagens de Lula ao exterior”, Folha de S.Paulo, 22 mar. 2013.
02 de Outubro de 2013
Palavras chave: Odebrechtempresafinançasgovernoengenhariaconstrução civilfinanciamento,empregotrabalhadoresincentivo públicoeconomiaindústriaenergiaPTpartidocampanhaseleição,LulaDilmadesenvolvimento

Tijolaço do Jolugue: Lula deve entrar firme na disputa pelo Governo de Pernambuco.

Não sabemos se a pesquisa do Instituto Maurício de Nassau aponta quem seria o candidato mais competitivo, no campo governista, para disputar o Governo de Pernambuco em 2014. Comenta-se que, assim como ocorreu com a escolha do nome de Geraldo Julio para concorrer à PCR, Eduardo Campos também estaria pensando em realizar uma enquete sobre o assunto. Conforme afirmamos em momentos anteriores, o perfil político ganha contornos mais salientes, em função das circunstâncias políticas atuais, onde, necessariamente, o governador vai precisar se afastar das bases. Precisará de um candidato que ande com as próprias pernas, tenha organicidade e capilaridade política, além da expertise em campanhas políticas. A tarefa, como ocorreu na eleição para a Prefeitura do Recife, não poderá ser entregue a um outsider. Ainda ontem, mais uma vez, o jornal do Commércio apresentou uma lista com alguns candidatos. Sobram quantos com perfil político? Um deles está extremamente "azeitado", assumindo responsabilidades na direção do Partido, participando do staff da campanha presidencial do governador, conhece os grotões... façam as suas apostas. Uma das conclusões apresentadas pelo analista da pesquisa do IMN é que a candidatura presidencial de Eduardo fragiliza as condições de competitividade do seu candidato na província. Além de sua necessária ausência - contingenciado pela campanha - Lula vai entrar de sola. Motivações é o que não faltam.

Tijolaço do Jolugue: Uma mulher entre "todos os homens do governador Eduardo Campos"

Tenho uma admiração toda especial pela professora Tânia Bacelar. Costumo tratá-la como professora, que é o que ela é na realidade. Muito mais do que uma economista. Aliás, certa vez, provocada numa palestra sobre o assunto, ela lembrou que uma das melhores experiências de sua vida foram os anos em que esteve ministrando aulas na UFPE, convidada pelo saudoso professor Manuel Correia de Andrade. Suas palestras são verdadeiras aulas, muito bem-planejadas, com um didatismo incomum. Tânia sempre esteve ligada aos setores mais à esquerda do pensamento político. Mantinha uma ligação muita estreita com Celso Furtado, ex-Superintendente da SUDENE, com quem desenvolveu as melhores reflexões sobre políticas regionais, uma de suas especialidades. SUDENE, UFPE, FUNDAJ, eis o tripé de formação teórica e atuação profissional da professora. Quando, no Governo Lula, esteve em evidência a retomada das atividades da SUDENE, extinta no Governo de FHC, Tânia tornou-se o nome mais cotado para assumir o posto de superintendente do órgão. Ocorreram muitas chafurdações em torno do assunto e as coisas não aconteceram conforme a professora previa, o que a levou a afastar-se do projeto. Quando foi anunciado a lista de "todos os homens do governador Eduardo Campos", havia uma mulher no meio. Não posso negar que se trata de um excelente quadro, profunda conhecedora dos problemas da região Nordeste. O governador estaria preparando uma carta à nação brasileira. Vamos ver se aparece nela as digitais de Tânia.

Tijolaço do Jolugue: Eduardo Campos já teria fechado acordo com o PPS

Por falar em gastronomia, comenta-se nas coxias do poder que o jantar entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o Deputado Roberto Freire não foi nada indigesto. De acordo com informações do Painel da Folha de São Paulo, eles, na realidade, já teriam fechado um acordo onde se prevê que o PPS apoiaria a candidatura de Campos. Em que se transformou, afinal, o PPS? Ontem utilizamos a expressão "decomposição ideológica" para tentar a trajetória dessa agremiação desde o momento em que o grupo desligou-se dos antigos partidos comunistas, que tinha filiados da estirpe de um Gregório Bezerra, de um Luiz Carlos Prestes. Realmente, não sei qual é o limite de decomposição do PPS.

Tijolaço do Jolugue: Faltou a tradicional caninha de Lula.

O escritor Gilberto Freyre foi um dos pioneiros no estudo da sociologia da alimentação. Hoje esse assunto é um dos mais pesquisados e estudados dentro e fora da academia. Através do seu estudo, é possível estabelecer uma série de clivagens sociais, como estratificação, aspectos identitários etc. Em Pernambuco, por exemplo, existe um docinho feito a partir da casca da laranja da terra, acanhado, mas identificador do status social da família. Na França, uma pesquisadora que esteve na Fundação Joaquim Nabuco observou que seria perfeitamente possível aos estrangeiros identificarem a "Casa dos Brasileiros". O cheiro do tempero é inconfundível. No Nordeste, por exemplo, é perfeitamente possível identificar a cozinha da Casa Grande e a cozinha da Senzala. O bolo Souza Leão, por exemplo, traz até no nome a sua origem. Aqui pelo blog, não raro, costumo fazer ilações sobre a gastronomia. Acho muito divertido. Ontem afirmei que, na década de 80, quando vinha a Pernambuco e visitava sua cidade natal, Caetés, Lula gostava de saborear uma chã de bode acompanhada de feijão verde, um suco de umbu e um pedaço de rapadura de sobremesa. Alguém acrescentou que só faltou incluir a tradicional cachaça, possivelmente acrescentada de um tira-gosto de preá, muito comum nas cidades do interior.

Tijolaço do Jolugue: A esquizofrenia do quadro partidário brasileiro.

A fragilidade do nosso sistema partidário provoca alguma situações inusitadas, mas perfeitamente compreensíveis. Os arranjos das quadras locais não traduzem, necessariamente, os acordos mantidos no plano nacional. No Espírito Santo, o governador Renato Casagrande(PSB) mantém uma aliança consolidada com o PT. Os próprios petistas não gostariam de deixar o Governo Capixaba. Renato, inclusive, foi um dos principais opositores da candidatura própria do partido já em 2014. Gostaria que o partido se engajasse no projeto de reeleição de Dilma Rousseff. No Piauí, uma composição surpreendente: é possível uma chapa de apoio ao nome de Eduardo Campos envolvendo o PSB, o PMDB e o PSDB. Em São Paulo, enquanto Alckmin conversa com Eduardo Campos, os aecistas sugerem que ele se envolva de imediato na campanha do mineiro. Afinal, os tucanos têm candidato definido.. ou não? E vem mais situações semelhantes pela frente. Vamos aguardar.