pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolaço do Jolugue: As mãos de Paulo Freire
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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: As mãos de Paulo Freire

 

Hoje é dia de homenagear Paulo Freire, um pernambucano do país de Casa Amarela. Já escrevemos vários textos sobre o educador pernambucano, mas confesso que, ao lê-los, não mais nos sentimos à vontade de republicá-los. Por inúmeras razães. Ora porque eles já não traduzem a atualidade do pensamento do educador pernambucano, ora porque, como tudo que escrevemos, estvam impregnados de impressões pessoais. Mas, como circulamos sempre pelo bairro de Casa Amarela, lembramos de um episódio narrado pelo educador num dos seus livros. Há,na historieta, um pouco do seu bom humor e bastante de sua senbilidade, o que o tornaria um dos mais respeitados pensadores no campo da pedagogia. Aliás, assim como o autor do texto, essas experiências pessoais foram fundamentais para estruturar suas reflexões sobre o ato de educar. A questão do diálogo, por exemplo, tão presente em seus ensáios, foi o resultado, segundo ele afirmou, além de sua experiência de vida, de uma longa conversa mantida com um operário - noite a dentro - numa localidade de Joboatão dos Guararapes. Conta Paulo Freire que enfrentou duas situações, aparentemente constrangedora, quando esteve no Chile e na África. No Chile parece não haver problemas no fato de dois homens se darem as mãos e, na África, durante um passeio pelo campus de uma universidade, depois de uma conferência, viu-se diante de um embaraço. Um professor segurou as suas mãos enquanto ambos passeavam pelo campus. "Pedi a Deus para que alguém de Casa Amarela naõ nos visse naquela situação". Na primeira oportunidade, colocou as mãos no bolso, de onde não mais as tirou. Eis que antes de voltar ao Brasil, Paulo adoece. Humanamente muito bem tratado pelos médicos e enfermeiras, que não se cansavam de pegar em suas mãos, acariciá-las e desejar-lhes melhoras, conta. Depois disso, relata, em suas reflexãos, machismo nordestino a parte, concluiu que devia haver alguma coisa de errado numa sociedade onde as pessoas se recusavam a receber uma manifestação de carinho, traduzida num caloroso aperto de mão, num abraço fraterno ou, brasileirissimamente, um tapinha nas costas.

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